Além de
alertar para o casamento infantil, a organização fez um ranking mostrando quais
são os melhores e os piores países para uma menina viver
Quem vive longe dessa
realidade costuma pensar que o casamento infantil não é mais uma prática comum hoje em
dia. Mas os dados divulgados esse mês pela instituição britânica Save the Children apontam o contrário. A cada sete
segundos uma menina menor de 15 anos é forçada a se casar
ao redor do mundo.
Há pouco mais de três
anos, em setembro de 2013, o mundo se chocou com a morte de Rawan, uma menina de oito anos que foi
forçada a casar com um homem de 40.
A
criança faleceu logo após a lua de mel, pois teve ferimentos profundos no
útero, recorrentes de estupro. Ela morava no Iêmen e foi vendida pelo padrasto,
por cerca de 6 mil dólares.
Mas
o caso de Rawan é exceção à regra. Não pela violência sofrida, mas pelo fato de
o caso ter sido noticiado ao redor do mundo. Casamentos infantis – seguidos de
estupro e todo tipo de violência – estão longe de ser incomuns, mas a gente
prefere fechar os olhos para isso.
Junto com o Iêmen,
países como Afeganistão, Índia e Somália estão no topo da lista entre os locais
onde a prática é assustadoramente corriqueira. Na época em que Rawan morreu, um
levantamento realizado pelo Human Rights Watchrevelou que
cerca de 52% das meninas se casam antes dos 18 anos no Iêmen, e 14% antes
dos 15.
Mas não se engane, pois
o casamento precoce também é uma realidade no Brasil, como retratou a revista Claudia numa
reportagem realizada no início desse ano.
Segundo
a matéria: “O Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em número absoluto de
crianças casadas. As esposas de 10 a 14 anos são 65 709; delas, 2,6 mil
firmaram compromisso em cartório e/ou igreja.”
Voltando ao relatório
da Save the Children,
a instituição destaca o fato de que o matrimônio infantil contribui não apenas
para a violência sexual e doméstica, mas também para os índices de menor taxa
de escolaridade entre mulheres.
A
gestação precoce também aumenta o número de mortandade entre as meninas, pois
grande parte delas engravida antes de ter o corpo totalmente formado e morre
por causa disso.
Além de alertar para o casamento infantil,
a organização fez um ranking mostrando quais são os melhores e os
piores países para uma menina viver. Mais de 140 países foram avaliados com
base em dados como: índices de matrimônio precoce, gravidez na adolescência,
mortalidade materna, mulheres com ensino fundamental completo
e representatividade feminina na política. O Brasil figura no 102º lugar da lista, ficando numa
posição pior do que países como Paquistão e Iraque.
FONTE: Exame
http://exame.abril.com.br/mundo/menores-de-15-anos-sao-forcadas-a-se-casar-a-cada-7-segundos/