quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SOCIOPATAS E PSICOPATAS: DIFERENÇA




Sociopata: As características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pobre ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância para frustração, baixo limiar para descarga de agressão, irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento. Essas pessoas geralmente são cínicas, incapazes de manter uma relação leal e duradoura, manipuladoras, e incapazes de amar. Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e, decididamente, nunca são capazes de se corrigirem. Esse conjunto de caracteres faz com que os sociopatas sejam incapazes de aprender com a punição ou incapazes de modificar suas atitudes. Quando os sociopatas descobrem que seu teatro já está descoberto, eles são capazes de darem a falsa impressão de arrependimento, falseiam que mudarão "daqui para a frente", mas nunca serão capazes de suprimir sua índole maldosa. Não obstante eles são artistas na capacidade de disfarçar de forma inteligente suas características de personalidade. Na vida social, o sociopata costuma ter um charme convincente e simpático para as outras pessoas e, não raramente, ele tem uma inteligência normal ou acima da média. 


Psicopata: O psicopata, por sua vez, superdimensiona suas prerrogativas, possibilidades e imunidades; "esta vez não vão me pegar", ou "desta vez não vão perceber meu plano", essas são suas crenças ostentadas.
Toda lei ou norma, gera temor e inibição, implicam na possibilidade de castigo. A lei está feita para domar, para obrigar e para condicionar as condutas instintivas dos indivíduos. O psicopata não apenas transgride as normas mas as ignora, considera-as obstáculo que devem ser superados na conquista de suas ambições. A norma não desperta no psicopata a mesma inibição que produz na maioria das pessoas.
Para os contraventores não psicopatas, vale o lema "Se quer pertencer a este grupo, estas são as regras. Se cumprir as regras está dentro, se não cumprir está fora". Mas o psicopata tem a particularidade de estar dentro do grupo, apesar de romper todas as regras, normas e leis, apesar de não fazer um insight, não se dar conta, não se arrepender e não se corrigir. Sua arte está na dissimulação, embuste, teatralidade e ilusionismo.
Os psicopatas parecem ser refratários aos estímulos, tanto aos estímulos negativos, tais como castigos, penas, contra-argumentações à ação, apelo moral, etc., como também aos estímulos positivos, como é o caso dos carinhos, recompensas, suavização das penas, apelos afetivos. Essa última característica é pouco notada pelos autores. O psicopata não modifica sua conduta nem por estímulos, positivos, nem pelos negativos.
Para o psicopata a mentira é uma ferramenta de trabalho. Ele desvirtua a verdade com objetivo de conseguir algo para si, para evitar um castigo, para conseguir uma recompensa, para enganar o outro. O psicopata pode violar todo tipo de normas, mas não todas as normas. Violando simultaneamente todas as normas seria rapidamente descoberto e eliminado do grupo.
A particular relação do psicopata com outros seres humanos se dá sempre dentro das alterações da ética. Para o psicopata o outro é “uma coisa”, mais uma ferramenta de trabalho, um objeto de manipulação. Essa é a coisificação do outro, atitude que permite utilizar o outro como objeto de intercâmbio e utilidade. Esta coisificação explica, talvez, torturar ou matar o outro quando se trata de um delito sexual, sádico ou de simples atrocidade.

Um sociopata tem aversão a sociedade, um pscicopata não tem essa aversão, mas é um indivíduo que transgride as regras e as normas sociais.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

CAPACITAÇÃO CONTINUADA DE CONSELHEIROS AINDA NÃO É REALIDADE EM TODO O PAÍS


Projeto de formação continuada contribui no bom funcionamento de Conselhos Tutelares e dos Direitos



do Portal Pró-Menino
Murillo Magalhães

Apesar de eleitos ou nomeados para isso, muitos conselheiros dos direitos e tutelares desconhecem o papel de suas atribuições. Com o objetivo de suprir essa necessidade de formação, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) publicou, em março de 2010, a Resolução nº139, que, entre outros parâmetros, dispõe sobre a necessidade do município ou distrito garantir a partir do orçamento público a formação continuada dos conselheiros.


A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) lançou um projeto federal de capacitação continuada, a Escola de Conselhos, que tem como objetivo contribuir na capacitação dos conselheiros pelo país e também criar parâmetros para projetos municipais e distritais semelhantes no futuro. A Escola de Conselhos vem sendo implementada em alguns estados a partir de convênios e possui financiamento federal de duração de 1 ano e meio. Segundo o ex-presidente do Conanda, Fábio Feitosa da Silva, no ano passado, 17 estados já tinham esse tipo de capacitação.

Em Sergipe, por exemplo, existem 430 conselheiros tutelares e 608 conselheiros dos direitos, distribuídos, respectivamente, em 86 e 75 órgãos. E, desde dezembro de 2010, funciona uma Escola de Conselhos coordenada por um grupo gestor formado pela organização não governamental Sociedade Semear, pelo Fórum de Conselheiros Tutelares e ex-Tutelares (FACTUS), pelo Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente, pelo Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDCA), pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Aracaju, pelo Ministério Público, pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e pela regional da Ordem dos Advogados (OAB/SE).

“A primeira ação da Escola foi diagnosticar a situação dos conselheiros dos direitos e tutelares e saber que era a real necessidade deles. A intenção era aproveitar da melhor maneira possível o recurso do convênio e fazer uma capacitação que realmente contribuísse na atuação dos conselheiros”, disse Danielle Rodrigues Dutra, coordenadora da Escola de Conselhos. Em janeiro, por meio de curso de 32 horas, a formação foi iniciada. Ela deve ser encerrada em maio de 2012, quando os conselheiros tutelares e dos direitos deverão apresentar planos de ação a serem desenvolvidos em suas localidades.
 
Já no Distrito Federal, onde existem 165 conselheiros tutelares e 20 conselheiros dos direitos, distribuídos em, respectivamente, 33 e 1 órgãos, a realidade é outra. Apesar de contar com uma associação de conselheiros tutelares, o Distrito ainda não possui um projeto de formação continuada nos moldes da Escola de Conselhos.

“Essa é uma pauta nossa que nós defendemos não só para os Conselhos Tutelares, mas também em benefício dos Conselhos dos Direitos. Eu mantenho a proposta que está presente no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de que o conselheiro deve ser próximo da comunidade. Porém, o que vemos sempre são os mesmos que participam, aqueles que já fizeram parte de uma entidade do município ou do serviço público. Não existe oportunidade real de capacitação”, afirma o conselheiro tutelar e secretário-executivo da Associação de Conselhos Tutelares do Distrito Federal, Rafael Madeira.

Desde a divulgação da resolução do Conanda, um projeto de criação de uma Escola de Conselhos vem sendo proposto pelo Centro de Estudos Avançados da Universidade de Brasília (CEAG/UNB). “Não saiu até hoje por conta de acertos dos grupos envolvidas, mas agora, com a normativa do Conanda, a oportunidade de realização do projeto está mais concreta”, explicou o conselheiro tutelar. Enquanto a Escola não é criada, a associação continua realizando algumas formações em parceria com outras organizações e instituições. 

“Sempre tivemos espaços pontuais de formação coordenados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), pelo Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (CECRIA) e Conselho dos Direitos da Criança e Adolescente (CDCA)”, disse ele.

ESPECIAL CONSELHOS TUTELARES E DOS DIREITOS

do Portal Pró-Menino





Os Conselhos Tutelar e dos Direitos são instituições de extrema importância para a promoção, defesa e garantia dos direitos da criança e do adolescente. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), cada município brasileiro deve ter ao menos um Conselho Tutelar, composto por cinco conselheiros, que devem dialogar com sociedade, Ministério Público, família e as mais diversas áreas do governo municipal (educação, saúde, alimentação, cultura etc) a fim de zelar pelos direitos de crianças e adolescentes. Já o Conselho dos Direitos deve existir nas instâncias municipal, estadual e nacional, fazendo parte do Poder Executivo. Possui como objetivo construir novas relações entre governo e cidadão, para a corresponsabilidade na contrução de políticas públicas adequadas às reais necessidades de cada comunidade.Confira, a seguir, o conteúdo especial sobre o funcionamento e a importância dessas instituições:
PROPOSTA DE PROJETO DE LEI PREVÊ PADRONIZAÇÃO EM ASPECTOS DOS CONSELHOS TUTELARES


O Conselho Tutelar (ou CT) é uma instituição de extrema importância para a luta pela garantia dos direitos infantojuvenis. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, cada município brasileiro deve ter ao menos um Conselho Tutelar, composto por cinco conselheiros, que devem dialogar com sociedade, Ministério Público, família e as mais diversas áreas do governo municipal (educação, saúde, alimentação, cultura etc) a fim de zelar pelos direitos de crianças e adolescentes. Dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), apontam que, em 2009, 98,3% dos municípios brasileiros já possuíam Conselhos Tutelares.


A escolha desses representantes deve ser feita de forma democrática, por meio de eleições a cada três anos, com a participação de todos os cidadãos que tenham interesse em melhorar o Sistema de Garantia dos Direitos de Crianças e Adolescentes. Para se candidatar é necessário ter no mínimo 21 anos e, para votar, basta ser eleitor no município, ou seja, ter 16 anos ou mais e portar Título de Eleitor registrado na cidade. Cada município tem uma data de eleição, definida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – a de São Paulo, por exemplo, está programada para o próximo dia 16 de outubro.

PROJETO DE LEI

No entanto, parâmetros como as eleições, o horário de funcionamento dos conselhos e os direitos sociais dos conselheiros, podem ser padronizadas em breve. O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) criou uma comissão que tem como objetivo a elaboração de uma proposta para o projeto de lei dos Conselhos Tutelares.
“O Conanda publicou, em março do ano passado, a Resolução nº 139, que aborda os parâmetros para a criação e funcionamento dos conselhos. Mas a Resolução não tem a força necessária para que suas diretrizes sejam obrigatoriamente seguidas e colocadas nas leis municipais. O projeto de lei serve para isso, para garantir a criação e o funcionamento correto do conselho”, conta Fabio Feitosa da Silva, ex-presidente do Conanda, analista social do Instituto Marista de Assistência Social e membro da comissão da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.


A principal questão da proposta é a mudança no sistema eleitoral dos CTs. “Propusemos que o mandato dos conselheiros passasse de 3 para 4 anos e que as eleições ocorressem simultaneamente em todos os municípios, no segundo domingo de outubro”, afirma Glicia de Miranda, representante do Conselho Federal da OAB no Conanda e integrante da Comissão de Direitos Humanos e Ação Parlamentar. Deste modo, os gastos dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente com as eleições seriam minimizados, uma vez que a estrutura das eleições oficiais poderia ser utilizada.


REMUNERAÇÃO

Outra realidade é a divergência na remuneração dos conselheiros, que em alguns municípios não chega a um salário mínimo.  Para Glícia, esta questão é complicada, uma vez que os municípios têm características muito específicas. “Não dá para exigir que um município pequeno pague os conselheiros com X salários mínimos se ele não tem como arcar com essa despesa. Tanto que o ECA diz que essa decisão deve ser tomada de acordo com a realidade de cada município brasileiro”.
Fábio Feitosa acredita que essa questão é um grande desafio. “Mas a lei precisa garantir um piso mínimo para o salário do conselheiro tutelar. Uma ideia do projeto de lei é equiparar o conselheiro a um servidor público, para que esse piso seja respeitado”.


CAPACITAÇÃO

A capacitação de conselheiros tutelares é de extrema importância para que seu trabalho seja feito com excelência. No entanto, a formação continuada ainda não faz parte da realidade da maioria dos conselheiros do país. “A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República está investindo nas Escolas de Conselho, que oferecem uma educação continuada. O ideal é que grades curriculares sejam montadas e oferecidas aos conselhos municipais para que eles treinem seus conselheiros tutelares”, diz Fabio. Quanto aos cursos e palestras esporádicos, o conselheiro avalia como válidos, mas não devem ser preferidos. “O ideal é que a capacitação ocorra de forma continuada e estruturada”, acrescenta.

AUTONOMIA

O Conselho Tutelar deve ser autônomo, apesar de ser mantido pela Prefeitura e ligado ao Poder Executivo Municipal. Os conselheiros devem cobrar de todos, inclusive da prefeitura, quando algum direito não é garantido. Portanto, o Conselho Tutelar existe para proteger os direitos infantojuvenis, não para punir ou educar alguém. O conselheiro deve zelar pelo direito da criança e procurar o Judiciário, que é quem deve julgar e punir, se necessário, para informá-lo da violação.
Mas para que os CTs funcionem de acordo com o ECA, toda a sociedade deve entender suas atribuições. O conselho atua na prevenção dos direitos infantojuvenis ou a partir de uma violação, não tendo como ofício a punição ou educação de crianças e adolescentes. No entanto, muitas pessoas ainda não entendem isso. Segundo Fábio, “isso acontece porque o ECA, apesar de já ter 21 anos, ainda não é debatido no ambiente escolar. A única maneira de melhorar o atendimento infantojuvenil é divulgando o Estatuto, de preferência nas escolas e na mídia”.


GESTÃO

A situação de alguns conselhos ainda é precária. Problemas de infra-estrutura e baixos salários, algumas vezes, se devem à pouca atenção da gestão municipal para com o órgão. “O Conselho Tutelar deve trabalhar para garantir os direitos da criança e do adolescente, mas, para isso, é preciso que a Prefeitura entenda a sua importância no Sistema de Garantia dos Direitos. Se nós tivéssemos uma participação maior dos gestores, as dificuldades seriam menores”, afirma Fábio. Glícia ainda faz uma ressalva: “é importante também que os gestores entendam a importância da Rede. Não adianta melhorar, por exemplo, só a educação e deixar a saúde em segundo plano. Deve-se pensar em melhorias para todas as áreas”.
CONHECENDO A REALIDADE

A Fundação Instituto de Administração, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), está promovendo a segunda edição da pesquisa nacional Conhecendo a Realidade. A gestão executiva do projeto é do Ceats (Centro de Empreendedorismo Social e Administração do Terceiro Setor).
Participe! Caso você saiba de algum Conselho que não tenha recebido o questionário, entre em contato com a equipe de realização da pesquisa pelo telefone (11) 4115-1756 ou pelo e mail 
conhecendoarealidade@fia.com.br


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ANISTIA INTERNACIONAL QUALIFICA COMO TORTURA ABUSOS SOFRIDOS POR MENORES NA IRLANDA


A Anistia Internacional (AI) qualificou nesta segunda-feira como "tortura" os abusos sexuais, físicos e psicológicos sofridos por milhares de menores em instituições administradas pelo Estado irlandês e a Igreja Católica.
Em um relatório publicado nesta segunda-feira, a AI na Irlanda tenta explicar por que a enorme quantidade de menores sofreu um tratamento "degradante" e "desumano" durante décadas neste país, indica no texto o diretor-executivo da organização, Colm O''Gorman.
Os detalhes dos abusos, casos de desnutrição e espancamentos cometidos por funcionários destas instituições e, em sua maioria, por padres católicos, vieram à tona nos últimos anos em quatro relatórios que comoveram o país.
O''Gorman, também vítima de abusos sexuais, observa que estas investigações relataram o que aconteceu com os menores, mas não o porquê.
"Estes abusos ocorreram não porque não sabíamos deles, mas porque muita gente em nossa sociedade preferiu ignorá-los. Não que todo mundo soubesse, mas muita gente em posições de poder optou por não agir", denunciou o ativista.
Em sua opinião, as atitudes da sociedade irlandesa frente à pobreza, tanto em nível "político como público", foram "fatores determinantes", como também o "medo" que a Igreja Católica provocava como instituição.
"A sociedade julgou e criminalizou os menores por serem pobres, em vez de entender os motivos que condenavam suas famílias a viver na pobreza", lamentou.
"O abuso de milhares de crianças irlandesas é, talvez, a maior tragédia humanitária na história do país. Muitos dos abusos descritos respondem à definição de tortura na legislação internacional sobre direitos humanos", afirma o dirigente da AI.
Em 2005, o "Relatório Ferns" revelou que na pequena diocese de Ferns, no sudeste da Irlanda, foram registrados mais de 100 casos de abusos sexuais cometidos entre 1962 e 2002 por padres católicos.
Quatro anos depois, o "Relatório Ryan" denunciava que milhares de menores haviam sido torturados em instituições estatais dirigidas por religiosos na Irlanda entre 1940 e 1990.
Nesse mesmo ano, o "Relatório Murphy" concluiu que na arquidiocese de Dublin, a maior do país, as autoridades católicas ocultaram o abuso de crianças cometidos por padres entre 1975 e 2004.
Em julho de 2011, o "Relatório Cloyne" estabeleceu que as autoridades eclesiásticas nesta diocese irlandesa ignoraram as denúncias sobre abusos sexuais cometidos contra menores por 19 clérigos.
Após sua publicação, o premiê irlandês, Enda Kenny, chegou a acusar o Vaticano de participar dessas manobras de ocultação e qualificou sua atitude como "vergonhosa".



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domingo, 25 de setembro de 2011

PEDOFILIA: COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER



Um dos maiores agressores à saúde emocional, mental e física do indivíduo é a agressão sexual. “É definido, pela Organização Mundial da Saúde, como a ocorrência de práticas sexuais entre um indivíduo maior de 16 anos com uma criança na pré-puberdade.

A psicanálise encara a pedofilia como uma perversão sexual. Não é uma doença, mas sim uma parafilia, um distúrbio psíquico que se caracteriza pela obsessão por práticas sexuais não aceitas pela sociedade, como o exibicionismo e o sadomasoquismo. Muitas vezes o pedófilo apresenta uma sexualidade pouco desenvolvida e teme a resistência de um parceiro em iguais condições. Sexualmente inibido, escolhe como parceiro uma pessoa vulnerável.”¹

Essa ocorrência tem se estendido para crianças cada vez mais jovens, chegando a ocorrer casos de abusos sexuais na primeira infância, ou seja, antes mesmo de completar seis anos de idade.
É indiscutível que as sequelas do abuso sexual a menores são devastadoras e se mantêm para toda a vida. Não apenas pelo aspecto físico mas, sobretudo das marcas emocionais que estes jovens vão ter de carregar ao longo de toda a sua vida. Para tudo isso contribui o fato de estes abusos sexuais serem frequentemente longos e vividos no mais completo silêncio. Um silêncio marcado pelo sofrimento que, após a revelação, continua a existir já que a investigação é morosa e, frequentemente, inconclusiva.

As investigações concluídas com êxito apontam como agressoras pessoas próximas à vítima. Fato que se explica pela “facilidade” do primeiro contato. Geralmente a vítima sofre abusos de pessoas conhecidas, que vivem e convivem no mesmo meio, que inspiram confiança e não medo. Eis aí o agravante e a dita “facilidade” do agressor. A partir daí o agressor mantém a vítima através de manipulação e ameaças, gerando o medo de denunciar e se mantém sob o domínio do agressor. Também podem ser pessoas com um poder extraordinário para persuadi-la e chantagear, podendo até exercer represálias sobre ela.

É certo que a maioria das crianças que sofrem de abusos sexuais normalmente não revela a ninguém o seu problema. Por vezes são tão imaturas a nível cognitivo e afetivo que nem se apercebem da gravidade da situação, e passam a acreditar que a culpa é delas. Normalmente, são crianças inseguras e com baixa auto-estima, que não têm confiança nos outros e temem que a sua imagem saia danificada. Receiam ainda a separação dos irmãos e familiares ou a vingança do agressor. Tudo se complica ainda mais quando o abusador sexual é alguém que frequenta a casa, um amigo da família ou então o próprio pai.

Há casos em que crianças molestadas sexualmente não tomam conhecimento do mal que sofreu até chegar à adolescência, onde os sintomas começam a aparecer em forma de doenças emocionais.
Nos casos onde a vítima percebe e consegue identificar que houve a agressão, pode haver o diagnóstico antes da manifestação dos sintomas na pré-puberdade ou puberdade. Para isso alguns sinais no comportamento da vítima devem ser considerados.

O diagnóstico destes abusos sexuais é difícil de ser efetuado, sobretudo quando não existem marcas fisicamente visíveis. Ainda assim, os médicos, psicólogos ou pedopsiquiatras possuem técnicas capazes de detectar situações deste gênero de uma forma indireta.

Aos pais e educadores no geral importa estarem atentos ao aparecimento de feridas físicas, a nível genital ou anal. Este tipo de indício tem de ser imediatamente investigado por uma equipe médica. Além disso, quando uma criança começa a verbalizar um conhecimento real de práticas sexuais há que colocar a hipótese de as ter vivenciado.

Para além destes sinais, existem outros de foro emocional, que incluem o medo (que surge de forma inexplicável e repentinamente) de pessoas estranhas ou de alguém em particular; reação fóbica à água ou ao momento do banho, comportamento este que não tem qualquer relação com uma experiência anterior traumática, como o perigo de afogamento.

Além disso, surge toda uma série de comportamentos/atitudes marcadas pela regressão, que inclui a adoção de comportamentos muito infantis e ansiosos (choro constante, tiques nervosos, voltar a chuchar no dedo, enurese (incontinência de urinas), entre outros.

Referencia:

1. Brasil Escola – Sociologia

Por: 
Brígida Oliveira Pedagoga – Orientadora Educacional


sábado, 24 de setembro de 2011

SOS MULHER X / Brasil Sem Pedofila








RENATA BEIRO 

(21/09/11)

"Era uma vez...
Desde pequeninha
Carrego bem aqui, dentro
Do coração, 'lagriminha'
Empedrada com o tempo...
Vejo, ainda, 
A mãezinha
Num pranto
Que me espanto...
Umedecendo um pano
Amenizava feridas
Mágoas multiplicadas...
Fitavam-me, tristes,
Seus olhinhos
Pareciam pedir socorro...
Alento, eu dava,
Umedecido pano...
Até comida fazia
No alto dos meus sete anos
Vez que as mãos torturadas
Nem batatas descacavam...
BEBEDEIRA, EUFORIA!
Sem meias
Nem meias medidas
Alegria do horror
Se chegou...
Naquele dia,
De tudo ele provou...
Até a inocência infantil
De meus olhos
Papai levou...
Pra mãezinha
Jazigo restou...
Foi aí que me olhou...
Como presa
Me caçou...
Até amigos chamou...
De coração duro
Em pedaços
Odiei aquele palhaço!!!
Com plano arquitetado
Em fuga me joguei...
Com apenas oito anos
Já conhecia as penas
Aquelas, duras da vida...
Da vida errante
Fugida,
Conheci a cidade grande...
Sem o viço da idade,
Deparei-me com outras maldades..
Ignorante e coitada
De nada fui poupada...
Conheci as mãos
De homens que eram não...
Drogada, prostituída
Vi, de novo,
A saída...
Fui procurar 
A mãezinha
Voltei a ser criancinha..."

Mas no papel fui lembrada:
Corpo de criança (não identificada),
Cerca de nove anos,encontrado na estrada X, 
Causa aparente da morte: overdose.

APETÊNCIA PARA A PEDOFILIA NÃO DIMINUI COM EXPOSIÇÃO DE CASOS

Psiquiatra afirma que o funcionamento de um pedófilo é muito semelhante à de um toxicodependente


Com vista à criação de uma delegação regional da Associação Rede de Cuidadores, mais de 30 pessoas participam neste fim-de-semana numa ação de formação intitulada 'Gestão de Indícios de abuso sexual a crianças e jovens: perspectivas da clínica e da justiça'.
A iniciativa conta com dois formadores, Álvaro Carvalho, psiquiatra e presidente da Associação Rede de Cuidadores, e Alexandre  Vieira, advogado e membro fundador da organização.
Além da caracterização do contexto em que são mais frequentes os casos de abuso sexual de crianças, Álvaro Carvalho sublinhou que há um conjunto de características dos pedófilos que não são tão divulgadas. Uma delas é o fato de a maioria dos abusadores ter "um funcionamento que é muito equivalente aos dos toxicodependentes". Isto porque, segundo o psiquiatra, "a apetência para ser abusador não fica anulada nem neutralizada, nem sequer diminuída, quando há, como tem acontecido em Portugal desde o processo 'Casa Pia', muitas notícias e um alerta da população, antes pelo contrário, dá a sensação que quanto maior é a pressão maior é o estímulo para tentar alcançar esse objetivo secreto". Outra refere-se ao denominado 'síndrome do segredo', ou seja, a existência de um "conjunto de comportamentos que levam a que todos os intervenientes procurem guardar segredo destas situações".
Álvaro Carvalho salienta que, de acordo com as estatísticas, a maior parte das situações de abuso são verificadas no contexto familiar, sendo, na grande maioria dos casos, os abusadores familiares diretos.
Por seu lado, Alexandre Vieira salienta que, em tese, o sistema judicial português é suficientemente protetor das vítimas de abuso sexual, o que, por vezes não se reflete na prática. Ainda assim, considera que existe um antes e um pós 'Casa Pia', uma vez que o processo veio dar uma maior visibilidade e levou a diferentes atuações relativamente a este tipo de crimes. Contudo, são sempre situações de difícil prova. "A prova muitas vezes é tênue e o processo, em vez de ser uma salvaguarda e efetivação de justiça, torna-se duplamente penoso para vítima", disse. Além da dificuldade na obtenção de prova, conforme salienta o advogado, "o processo e o tempo do processo torna-se como a segunda sevícia após o abuso reiterado". "Após o abuso, o processo, muitas vezes, é um segundo abuso", disse.
Em muitos casos, o agressor acaba por sair em liberdade e mesmo nas situações em que há condenação coloca-se sempre a questão de como prevenir novos abusos após o cumprimento da pena.
Alexandre Vieira salienta que na Bélgica uma das soluções foi recorrer à castração química, uma medida para a qual, salienta, a sociedade portuguesa ainda não está preparada.  "As normas penais resultam de uma decisão política e a decisão política resulta da vontade do povo", afirmou, acrescentando que "o povo não tem manifestado um interesse assim tão grande na resolução desses problemas porque as pessoas pensam sempre que isso vai passar nas casas dos outros".
Outra medida defendida por Alexandre Vieira e já aplicada nalguns países é a do registro público, nos casos de pedofilia comprovada, em que qualquer pessoa pode aceder a uma lista, disponível na Internet, e ficar a saber ser há pedófilos na vizinhança.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

EXEMPLO DE SUPERAÇÃO

Luiz Henrique Medina, o Kaike, mostra que nada é impossível. Nasceu sem braços, perna, língua e maxilar. Através da dedicação, se tornou atleta paraolímpico no tênis de mesa e atualmente ocupa o 27° no ranking mundial da modalidade

Para comemorar o Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes, Jaú recebeu o para-atleta Luiz Henrique Medina, 60 anos.  Kaike, como gosta de ser chamado, nasceu sem os dois braços, perna esquerda, dedão do pé direito,  língua e maxilar.  Durante 20 anos fez operações por todo o corpo, totalizando mais de 40 cirurgias.
Abandonado quando nasceu, ficou sob a guarda do juizado de menores até os seis anos de idade. Depois disso, foi para o Lar e Escola São Francisco em São Paulo. Aos 11 anos, descobriu que o seu QI era equivalente ao de uma criança de seis. “A deficiência fez com que eu tivesse um retardo mental e o resultado disso era que eu não conseguia me comunicar com ninguém”, conta. Fez tratamento físico e psicológico e com isso conseguiu desenvolver sua capacidade. Aos 18 anos, descobriu outra mudança no QI. Agora, acima do normal.
Após concluir o ensino médio, cursou Citologia na USP (Universidade de São Paulo) em São Paulo e especializou-se como analista de exame papanicolau. Concorreu com mais de 150 pessoas em um concurso público para quatro vagas e foi classificado em primeiro lugar.  Trabalhou por 30 anos manuseando um microscópio e se aposentou em 1997.

Campeão
Com foco no esporte, fez natação, mas não se adaptou. Em 2000, iniciou no tênis de mesa e a partir daí não saiu mais. “Ele me dá agilidade física,  mental e bom desempenho sexual”, conta o atleta.
Participou de várias competições em vários países, como França, EUA, Venezuela, Romênia, Costa Rica e em muitos foi campeão. Ele conta que nesse ano já passou pela seletiva dos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara 2011, no México. Atualmente ocupa a 27° posição no ranking mundial na classe seis (considerada com maior grau de deficiência).
Kaike prova que tudo é possível. “Qualquer pessoa pode conseguir, basta ter força de vontade e apoio. Hoje temos empresas e prefeituras que patrocinam”. Para ele, quanto mais apoio, mais atletas paraolímpicos aparecerão. “Deficiente físico tem força, garra e se dedica ao que faz. Muitas vezes o que falta é oportunidade”. Através de sua garra e perseverança, Kaike se tornou além de exemplo de vida e superação, um grande atleta. “Não adianta dar a vara para pescar para a pessoa que não quer pescar. Eu aproveitei o máximo dessa ajuda. Hoje eu tenho um filho de 21 anos. Estou com a vida boa. Fui e continuo sendo útil à sociedade”.

1 é a posição que ocupa no ranking nacional de tênis de mesa
História através das páginas
Em 2010, escreveu o livro "Meu lar, Minha escola, Minha vida". Nele, o para-atleta relata sua trajetória, dando o exemplo
Palestras
Através do convite de um amigo, Kaike começou a contar sua histórias em pequenos grupos e hoje é convidado por empresas e faculdades para ministrar palestras motivacional

Tamara Urias
Agência BOM DIA

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

'EDUCAR UMA CRIANÇA É RESPONSABILIDADE DE TODOS NÓS', AFIRMA PSICÓLOGO


Em entrevista ao SRZD, o psicólogo e membro da secretaria executiva da rede "Não bata, Eduque", Carlos Zuma, falou sobre a importância da conscientização dos pais em relação a educação dada aos filhos através de castigos físicos. A rede atua como um movimento social que tem o objetivo de acabar com a agressão física e estimular uma relação familiar que garanta o direito das crianças à integridade física e psicológica.
Zuma destacou que crianças que sofrem algum tipo de agressão dentro de casa tendem a repetir o ato fora dela com outras pessoas. No entanto, ele ressaltou que não se pode generalizar os casos. "Se a educação da criança é baseada sem outro modelo é provável que ela repita o que vê em casa, mas ela pode ter, por exemplo, tios e avós amorosos que também servirão de modelo. Por isso, o comportamento dela depende de vários fatores", disse.
O pscicólogo falou também que a escola é importante no processo de aprendizagem e educação das crianças. Citando o caso que aconteceu na última terça-feira, quando um aluno foi suspenso porque agrediu uma professora que teria pedido para que ele desligasse o celular em sala de aula, Zuma afirmou que a criança tem que sofrer uma consequência quando age de forma errada, porque a educação é de responsabilidade de todos, inclusive da escola. 
Sem falar sobre o caso específico desta escola de São Paulo, Zuma disse que prevalece nos dias de hoje uma cultura individualizante. "Muitas escolas não dão bom treinamento para os professores. Muitas vezes eles estão preocupados com um conteúdo e se esquecem da educação.Tem que haver uma participação coletiva dos colegas no caso, uma discussão em grupo sobre o assunto porque o coletivo tem força, e às vezes as crianças ouvem melhor outras crianças do que os próprios adultos".
Outros casos de agressões em escolas se repetem como o desta quarta-feira, quando um aluno de dez anos de uma escola do ABC paulista atirou contra uma professora dentro da sala de aula e depois atirou na própria cabeça, e morreu. 
De acordo com o psicólogo, a rede tem um projeto de lei que tramita no Congresso que visa assegurar o direto da criança que sofre castigos físicos e humilhantes no ambiente familiar, escolar ou comunitário. Ele afirmou que um dos objetivos do projeto de lei é provocar um debate na sociedade em relação ao assunto, já que este é um problema cultural que persiste porque muitos pais não consideram a agressão física como violência, mas sim uma forma de educar as crianças. " Já ouvi muitos pais dizerem que batem nos filhos para que eles não se tornem marginais", disse.
Para Carlos Zuma, o essencial para que se chegue a uma solução deste problema é o diálogo e o debate. " A sociedade tem que discutir, não há uma solução pronta, não podemos culpabilizar um ou outro, pais ou escola, a responsabilidade é de todos, é um problema cultural e coletivo". Ele ressaltou que não pode haver um reducionismo do assunto porque isso tende a trazer soluções simples e rasas, o que não é o bastante para erradicar o problema.