segunda-feira, 26 de novembro de 2012

QUAL O PERFIL DE UM PEDÓFILO?


Pode ser qual­quer um: velho ou jovem, rico ou pobre, edu­cado ou sem edu­ca­ção e de qual­quer raça. Porém, pedó­fi­los demons­tram freqüen­te­mente carac­te­rís­ti­cas seme­lhan­tes, mas isto são ape­nas indi­ca­do­res e não deve ser assu­mido como algo em que os indi­ví­duos com estas carac­te­rís­ti­cas são pedó­fi­los. Mas, estas carac­te­rís­ti­cas ali­a­das a um com­por­ta­mento ques­ti­o­ná­vel, podem ser um alerta que alguém é um pedófilo.

Características

Freqüen­te­mente o pedó­filo é do sexo mas­cu­lino e tem mais de 30 anos de idade.
Pos­sui pou­cos ami­gos na faixa etá­ria dele, ou ape­nas um.
Se casado, a rela­ção é fun­dada no com­pa­nhei­rismo, sem rela­ções sexuais.


Gos­tam de ati­vi­da­des infantis

Ele é fas­ci­nado por ati­vi­da­des de cri­ança.
Sem­pre des­creve as cri­an­ças como puras e ange­li­cais, mas, na mai­o­ria das vezes, é impró­prio e exa­ge­rado.
Tem pas­sa­tem­pos de cri­ança, como cole­ci­o­nar brin­que­dos caros populares.
Têm pre­fe­rên­cia por cri­an­ças perto da puberdade
Os pedó­fi­los têm, freqüen­te­mente, uma idade espe­cí­fica de cri­ança que eles obser­vam. Alguns pre­fe­rem as cri­an­ças mais novas, outros, pre­fe­rem as pré-adolescentes perto de puber­dade, que são sexu­al­mente sem expe­ri­ên­cia, mas têm curi­o­si­dade sobre sexo.
Geral­mente, o ambi­ente dele ou seu quarto é deco­rado com moti­vos infan­tis ou com algo que atrairá a cri­ança ou ado­les­cente que ele está ten­tando assediar.

Tra­ba­lho

Os pedó­fi­los pro­cu­ram tra­ba­lhar em ati­vi­da­des que envol­vam con­tato diá­rio com crianças.
Víti­mas

 O pedó­filo pro­cura por cri­an­ças tími­das, pobres ou com pou­cos pri­vi­lé­gios em casa. Ele as ali­cia com aten­ção, pre­sen­tes, via­gens para luga­res dese­já­veis como par­ques de diver­sões, jar­dim zoo­ló­gico, a praia, etc.

Mani­pu­la­ção do inocente

Os pedó­fi­los pos­suem a habi­li­dade de mani­pu­lar suas víti­mas tornando-se amigo delas. Em seguida, mostram-se inte­res­sa­dos em ouví-las sobre seus pro­ble­mas pes­so­ais con­quis­tando sua a estima. Então, as atrai com ati­vi­da­des adul­tas, que são freqüen­te­mente sexu­ais, como fil­mes ou ima­gens. Ofe­rece álcool ou dro­gas, impe­dindo com isso que suas víti­mas resis­tam aos seus ataques.

Sín­drome de Estocolmo

É comum a cri­ança ou o ado­les­cente desen­vol­ver uma certa afe­ti­vi­dade por seu pre­da­dor e dese­jar sua apro­va­ção. A vítima acaba por identificar-se emo­ci­o­nal­mente com seu abu­sa­dor, a prin­cí­pio como meca­nismo de defesa, por medo de reta­li­a­ção e/ou vio­lên­cia. Lem­brando que o pro­cesso da sín­drome ocorre sem que a vítima tenha cons­ci­ên­cia disso.

Ami­zade com os pais

O pedó­filo ten­tará desen­vol­ver uma rela­ção íntima com os pais da cri­ança ficando, assim, mais pró­ximo delas. Uma vez den­tro da casa, eles têm mui­tas opor­tu­ni­da­des para mani­pu­lar as cri­an­ças usando culpa, medo, e amor para con­fun­dir sua vítima.

Per­sis­tên­cia

Os pedó­fi­los são incan­sá­veis em alcan­çar seus obje­ti­vos e tra­ba­lha­rão para desen­vol­ver rela­ções com suas víti­mas, paci­en­te­mente. Não é inco­mum para eles esta­rem ela­bo­rando uma lista longa de víti­mas poten­ci­ais. Mui­tos pedó­fi­los
 acredi­tam que não está errado o que fazem e que tendo sexo com uma cri­ança, é real­mente "sau­dá­vel" para ela. (Tradução Brasil contra a pedofilia)

Pedofilia, uma visão patológica

Para tentarmos entender que perversão sexual é essa que causa preocupação em todos, devemos ver primariamente sua definição. Segundo o dicionário pedofilia é "a parafilia representada por desejo forte e repetido de práticas sexuais e de fantasias sexuais com crianças pré-púberes", a pedofilia além de crime é também uma doença. E dessa última gostaria de falar em primeiro lugar, já que dificilmente se olha tal aspecto psicológico.
Segundo a psicologia e a própria legislação pedofilia não é crime, mas distúrbio psicológico que causa crimes, tais como a prostituição e pornografia infantil, previstos tanto no Código Penal quanto no ECA.

A abordagem de tal tema é sensível, já que quando se fala do
 pedófilo a primeira imagem que vem a mente é a de um homem de meia-idade disposto a aliciar menores sem qualquer escrúpulos. A verdade é que a maioria dos casos vultosos existentes se encaixam nesse perfil, no entanto, subjugam os casos relacionados a mulheres e também a pessoas com desvios psiquiátricos, que causam sem sombra de dúvida, tanto estrago na criança quanto o primeiro caso. As consequências vivenciais e possíveis futuros problemas da pessoa que em sua infância, sofreu um estupro ou qualquer outro tipo de crime relacionado a essa parafilia têm um caráter quase que permanente, sendo assim, a atenção deve ser grande no que diz respeito a prováveis "sintomas" de que isso esteja ocorrendo. Os pedopsiquiatras costumam dizer que para a detecção disso devemos olhar primariamente para o linguajar da criança quanto a assuntos sexuais que provavelmente em sua idade não falaria. No entanto, fazendo abordagem também do aspecto sociológico, numa sociedade onde o que mais se exalta é a sexualidade em todas as suas formas, a detecção de tal fator se torna difícil.

No Brasil, sem dúvida alguma, exaltamos imoralmente (isso sem falsa moralidade alguma) o sexo. Não podemos ter opiniões "fundamentalistas" numa sociedade pós-moderna a ponto de não deixarmos que haja uma educação sexual mais aberta, no entanto, não devemos de forma alguma abrir o caminho da perversão sexual para crianças que não têm condições de receber tal carga de informação. Isso pode soar meio conservador, mas façamos uma pesquisa em sites de vídeo como Youtube e veremos que existem letras de funk voltadas para crianças menores de idade com o incentivo ao sexo explícito, como o já denunciado vídeo Bonde das Novinhas, onde várias crianças que não passam da idade de catorze anos tem suas fotos sendo mostradas enquanto a música fala sobre o sexo com menores.

http://www.passeiaki.com/noticias/perfil-pedofilo



domingo, 25 de novembro de 2012

IMPUNIDADE MARCA CASOS DE ABUSO CONTRA CRIANÇAS




IMPUNIDADE MARCA CASOS DE ABUSO CONTRA CRIANÇAS

Nos últimos oito dias, quatro casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes vieram à tona nas páginas do DIÁRIO. De uma criança de três anos abusada por um adolescente de 13 a uma irmã que engravidou do padrasto, saiu de casa e seis anos depois descobriu que o abusador estaria vitimizando a irmã mais nova. Todas essas vidas despedaçadas agora precisam continuar de alguma forma. E quem ajuda essas famílias nesse difícil trajeto? Quem ajuda a recolher os pedaços que restam e continuar a caminhada?

Obviamente, nem todos os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes são divulgados na mídia. Da maior parte deles, a grande massa nem toma conhecimento, mas dificilmente algo que ocorre nos bairros do Curió-Utinga, Castanheira, Marambaia, Atalaia, Val-de-Cães, Águas Lindas, Aurá e Souza, bairros que compõem o Distrito Administrativo do Entroncamento (DAENT), foge ao conhecimento da conselheira tutelar Jeruza Honorato, 35 anos. Grávida do primeiro filho, ela precisa lidar com essa difícil realidade, não como quem segura uma página de jornal, mas como quem carrega uma criança no colo – às vezes literalmente.

“Já depois de grávida, chegou até mim o caso de duas meninas de sete anos que foram abusadas pelo padrasto de uma. Quando a enteada chegava da escola, ele a mandava chamar a colega e então ele fazia com as duas”, relatou. Segundo ela, o Conselho Tutelar é a porta de entrada desses casos. Cabe ao conselheiro a tarefa de encaminhar as vítimas aos órgãos cabíveis. Ou seja, ela precisa lidar quase diariamente com pessoas no auge do desespero, quando muitas casas desmoronam no meio da sala, ou no meio do quarto.

Segundo a conselheira, tal problema, que muitas vezes é associado à pobreza e ignorância, é muito mais “democrático” do que as pessoas querem admitir. “Uma vez eu acompanhei o caso de uma mulher que contratou um professor particular para dar aula ao filho de nove anos num cômodo que construiu exclusivamente para estudos. Enquanto eles ficavam lá, naquele tempo estipulado, ela deixava a sala trancada”, compartilhou. A mãe só descobriu mesmo quando tentou abraçar o filho e aquele gesto lembrou o do agressor. A partir daí, a mãe descobriu do pior modo que esse tipo de problema nem sempre está no lado de lá.

Cabe ao conselho a tarefa de encaminhar os casos ao Pro Paz da Santa Casa nos dias de semana e aos fins de semana levar a uma delegacia e ao Instituto Médico Legal para possíveis laudos. “Nosso trabalho não termina quando apresentamos, pois às vezes precisamos correr atrás de informação e ficar em cima para ver se a coisa se encaminha”, alegou. 



BICHOS DO MATO

J. cuida do filho e da irmã. Perante a lei, os dois são filhos do mesmo pai, uma vez que ela engravidou quando tinha 13 anos do padrasto com quem viveu alguns anos, no quilômetro 14 da PA-252, município do Acará. Ela afirma que era abusada desde os 11 anos, até que engravidou e teve que sair de casa porque a mãe não acreditou que o companheiro que assumiu as filhas de outro pudesse ter feito aquilo. Hoje com 21 anos, ela percebeu a irmã de 12 anos estranha, sem brincar como antes. A irmã então confessou. J. gravou a confissão no celular e a apresentação disso ao Conselho Tutelar rendeu a prisão de Vilson Silva dos Santos, 48 anos, no dia 16/11, quando supostamente tentava fugir depois de ter ameaçado as cunhadas que apoiavam a sobrinha na constrangedora denúncia. Como a mãe ficara de novo a favor do marido, a justiça determinou que a guarda da irmã ficasse com J.

Desde 2005, Joênia Nunes, de 31 anos, acompanha casos assim. Agente da Cáritas de Cametá, na região do Baixo Tocantins, o trabalho dela é garantir direitos onde o Estado não consegue chegar. “O nosso trabalho é sensibilizar a população e formar as crianças para poder dizer o que está acontecendo quando houver casos assim”, explica. Segundo ela, nas comunidades do campo, esse tipo de prática é comum. “O grande problema é que crianças com mais de 10 anos até falam, mas quando é mais nova que isso elas têm mais dificuldades para se expressar”, comparou.

Ela explica que, quando o abuso vem de dentro do próprio lar, a criança acaba sofrendo violência três vezes, pois, além da violência sexual, ainda enfrenta o descaso da mãe (em geral) e sofre por não ter condições de buscar ajuda por si só.

“Desde 2009, quando veio à tona a CPI da Pedofilia, muitos casos começaram a ser denunciados, mas infelizmente quase nada dessas denúncias resultou em alguma coisa concreta, porque, quando chega ao Ministério Público, a coisa emperra. Aí as pessoas acabam ficando receosas de ter que passar por todo o sacrifício de expor a intimidade para pessoas estranhas, para que daqui a pouco isso não dê em nada”, desabafa.

Em Cametá, segundo dados divulgados pelo Conselho Tutelar de lá, de 2009 a maio desse ano, já foram 331 crimes sexuais registrados. Questionada sobre quantos desses casos resultaram em punição para os denunciados, Joênia não titubeou: “Menos de um por cento. Tem hora que bate um desânimo, mas a missão é maior”, reforçou.



RECONSTRUINDO SONHOS

“As pessoas me perguntam como eu consigo lidar dia a dia com uma história mais horrível que a outra. Eu respondo que me sinto muito bem quando, depois do atendimento, pessoas que chegaram à minha sala completamente perdidas saem com vontade de continuar vivendo”, se orgulha a psicóloga Márcia Monteiro, que há 15 anos trabalha com vítimas de violência. Ela afirma que, no caso de crianças, o importante é sempre acreditar nelas. 

“Quando a criança muda o comportamento bruscamente, é importante que se procure saber o porquê”, recomendou. Ela contou a história de uma mãe que a procurou para atender as filhas, que estavam muito desobedientes e nem queriam ir mais à igreja. Quando foi conversar com as meninas, descobriu que elas não queriam ir porque elas sempre pegavam carona com o pastor, que abusava delas no trajeto até a casa de Deus. “A mamãe nunca ia acreditar na gente”, teriam dito as meninas, que teriam 6 e 7 anos na ocasião.

Como explica a psicóloga, casos de abuso que envolvem parentes formam nas pessoas em desenvolvimento um misto de amor e ódio. Ao mesmo tempo em que elas não ficam com muita raiva do avô, do padrasto ou da mãe que não acredita nela, ela sente pena deles, não quer que vão presos ou que sofram.

“Precisamos entender que isso é uma coisa cultural, que precisa ser trabalhada com calma. Uma vez, fui atender numa comunidade do interior e a matriarca da família chegou a me dizer que era melhor um pai fazer com a filha do que alguém de fora. Certamente essa mulher foi abusada quando criança”, argumentou. A relação patriarcal, em que o homem se impõe através da força, tem a mesma proporção em relação a casos em que o abusador é homossexual. A psicóloga pontuou que todos nós estamos sujeitos a sentir desejos sexuais por crianças e adolescentes e até mesmo por filhos e parentes. A diferença é que uma pessoa de bom senso vai se autopunir e as que cometem abuso não o fazem. “O caso do pedófilo é o extremo disso. É uma doença que precisa ser tratada”, concluiu.

(Diário do Pará)

sábado, 24 de novembro de 2012

EM DEZ ANOS, TRIPLICA NÚMERO DE ATENDIMENTOS EM HOSPITAL DE SP A CRIANÇAS QUE SOFRERAM ABUSO SEXUAL


Hospital Estadual Pérola Byington também registrou crescimento da procura pelo serviço entre adolescentes de 12 a 18 anos


Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, o número de crianças atendidas no Núcleo de Violência Sexual do Hospital Estadual Pérola Byington triplicou nos últimos dez anos. Os dados, que se referem ao período entre 2001 e 2011, também mostram que houve crescimento dos adolescentes entre 12 e 18 anos que procuraram o serviço.
Todas as pessoas recebidas pelo núcleo são vítimas de algum tipo de crime sexual. Esse serviço do hospital, que é referência em atendimento à mulher e a vítimas desse tipo de violência, oferece acompanhamento psicológico por tempo indeterminado aos pacientes, além de diagnóstico e, se preciso, tratamento para doenças sexualmente transmissíveis e para as complicações de danos físicos.
De acordo com o levantamento, 1.088 crianças de até 12 anos foram tratadas pelo serviço do hospital em 2011. Dez anos antes, em 2001, esse número foi de 352 atendimentos. Embora menos, a quantidade de adolescentes acolhidos pelo núcleo também cresceu: em 2001, foram registrados 498 casos e, em 2011, 759, representando um aumento de 52%.
No entanto, de acordo com Jefferson Drezett, coordenador do Núcleo de Violência Sexual do Pérola Byington, o aumento do atendimento de crianças vítimas de abuso sexual não significa que a incidência desse tipo de crime tenha crescido, mas sim que a procura pelo tratamento e acompanhamento adequado tem se tornado mais frequente. "Hoje em dia é dada muito mais importância aos casos de abuso sexual na infância do que há anos atrás. Familiares, profissionais de saúde e de educação estão, ao que parece, mais conscientes sobre os sinais apresentados por um jovem que passou por isso. As pessoas estão aprendendo, cada vez mais, a identificar e notificar esses casos", afirma Drezett.
Meninos — A pesquisa também mostrou que o atendimento feito a crianças do sexo masculino vítimas de abuso sexual aumentou mais do que o feito às jovens do sexo feminino. Entre os meninos, esse crescimento foi de 37%, enquanto, entre as meninas, foi de 26,4%. De acordo com Drezett, esse dado mostra que a procura por ajuda, e não a incidência de abuso sexual, entre meninos está aumentando. "Por motivos de preconceito e pressão familiar, os meninos acabam falando menos sobre terem sofrido abuso sexual do que as meninas", explica.
Segundo o coordenador, atualmente, o sexo masculino representa entre 20% e 25% de todos os atendimentos feitos a crianças vítimas de abuso sexual no hospital. Estima-se que, de todos os casos de crime sexual infantis, entre 25% e 35% são contra rapazes. "Esse maior crescimento no atendimento dos meninos não nos surpreende, já que mostra que a porcentagem de procura pelo serviço está se aproximando do total de casos que de fato acontecem", afirma o coordenador.
O levantamento ainda indicou que o número de adultos maiores de 18 anos que procuraram pelo serviço, por outro lado, diminuiu em 40% nesse período. "Como houve maior desenvolvimento dos serviços de saúde especializados em mulheres adultas, com profissionais aptos a ajudarem aquelas que sofreram abuso sexual, pode ser que as vítimas estejam procurando outros centros de referência que não o Pérola Byington. No entanto, não há estabelecimentos pediátricos especializados em abuso sexual em São Paulo, então as vítimas infantis acabam se concentrando aqui", diz Drezett.
Recomendações — Apenas entre 10% e 20% de todos os casos de abuso sexual que acontecem chegam ao conhecimento de profissionais de saúde ou de policiais. De acordo com Drezett, como crianças têm menos autonomia para procurar por ajuda, os adultos que estão a sua volta devem ficar atentos a alguns fatores, como mudanças abruptas de comportamento e queda do rendimento escolar. Se essas alterações comportamentais ocorrerem, o ideal é estabelecer um diálogo sutil e discreto com a criança e, sob suspeita de ter ocorrido abuso sexual, denunciar o caso para o Conselho Tutelar mais próximo e procurar ajuda especializada.

http://veja.abril.com.br/noticia/saude/em-dez-anos-hospital-triplica-numero-de-atendimentos-a-criancas-que-sofreram-abuso-sexual


domingo, 18 de novembro de 2012

ABUSO SEXUAL


O lar é o lugar onde a criança deveria se sentir segura e protegida. Mas, nem sempre, é assim. Isso porque o abuso sexual, geralmente, é praticado dentro de casa, e, pior, por parentes próximos e queridos.



Lar, doce lar. Um lugar onde a gente deveria se sentir relaxado, seguro e protegido. Mas, para muitas crianças e adolescentes, é palco de um grande pesadelo: o abuso sexual. Pesquisas e estudos sobre o assunto mostram que não importa a classe social, a raça ou o nível de escolaridade. É dentro de casa que acontece grande parte da violência sexual, geralmente provocada por pessoas do sexo masculino, como pai, padrasto, tio, parentes ou amigos da família, tendo como alvo preferencial as meninas. Desde leves carícias pelo corpo até o ato sexual em si, há quem se aproveite da ingenuidade dos pequenos para realizar fantasias sexuais, sem se importar com as conseqüências que isso pode trazer a eles.  E o pior: como o abuso ocorre em segredo, nem sempre se descobre o que está havendo. Como pouca gente tem coragem de denunciar, alguns abusadores continuam agindo, certos de sua impunidade.

Quando se pensa em um abusador, logo vem à mente uma pessoa diferente, de mau aspecto e com jeito de maníaco sexual, não é? Só que não é nada disso. A realidade mostra que o abusador geralmente é uma pessoa comum, agradável, simpática e discreta, com pinta de bom pai de família. E por falar em família, é ali que acontecem a maioria dos abusos, cometidos por pessoas queridas pela vítima. E, por ser uma situação extremamente delicada que, na maioria das vezes, envolve pessoas que possuem grandes laços afetivos, ainda é muito difícil ter coragem de denunciar um abuso sexual. De acordo com a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência -Abrapia, somente cerca de 10% a 20% dos casos de abuso contra crianças e adolescentes são registrados.

O modo de ação do abusador, muitas vezes, passa despercebido pelos parentes da vítima. Isso acontece porque nem sempre a criança é violentada, apresentando marcas de relações sexuais, ou espancada. Agressão física acontece, mas a maioria dos abusadores prefere agir na surdina, muito sutilmente. Eles podem apenas alisar ou beijar a criança, passar as mãos por seu corpo e pelos órgãos sexuais, como se fosse apenas carinho, ou simplesmente nem tocar nelas. Alguns preferem mostrar filmes de vídeo e revistas pornográficas para a criança, para “ensinar” como se faz sexo, enquanto outros preferem observá-la enquanto toma banho ou troca de roupa. E ainda existe uma outra artimanha: para convencê-la a ser tocada ou a participar de uma relação sexual, muitos apelam para a sedução por meio de elogios, dinheiro ou presentinhos.

Características

Estudos mostram que nem sempre os abusadores são pedófilos de plantão. “Existe o abusador situacional, que é aquele que comete o ato impulsivamente, motivado por algum problema psicológico, como fragilidade, auto-estima baixa e sentimento de menos-valia. Esses abusam esporadicamente, apenas diante de uma situação como essa. Já o abusador fixado, ou pedófilo, tem as crianças como objeto de desejo sexual. Usa-as para obter satisfação, não só sexual, mas de poder, de controle. É uma pessoa que tem imaturidade no desenvolvimento sexual. A pedofilia é uma doença, a pessoa não tem controle sobre seu desejo e não consegue evitar o abuso”, explica a psicóloga e terapeuta de família Vânia Izzo de Abreu, da Abrapia.

Para a psicóloga Mônica Freitas, da Aliança de Psicologia Hospitalar, do Rio de Janeiro, quem abusa sexualmente de alguém tem como característica principal o desejo de transgressão. “São indivíduos que não possuem limites e nenhum significado de moral e respeito. Abusadores são doentes que necessitam de tratamento”, define ela.

Motivos

As causas do abuso variam muito. Segundo pesquisas, o molestador costuma considerar o abuso uma coisa normal, pois pensa que, com ele, está dando à criança a oportunidade de experimentar o sexo. Para conseguirem o que querem, precisam também convencer a criança de alguma maneira. Uma delas é dizendo que a “brincadeirinha” ou a relação sexual são um “segredo” entre eles, que não deve ser revelado a ninguém. E partir, em seguida, para a chantagem, com ameaças. Grande parte das vezes, a criança ouve coisas como “Se a mamãe souber do nosso segredo, ela vai ficar muito brava e abandonar você” ou  “se você contar para alguém o que nós fazemos, vai apanhar bastante”. Confusa e sem saber direito o que está acontecendo, a criança aceita. Tanto por medo das conseqüências quanto por achar que não será mais amada pelo abusador – que, como foi dito, geralmente é um parente muito querido.

Crianças confusas

Segundo a psicóloga Vânia Abreu, apesar do trauma de ter sido abusada, cada criança reage ao fato de maneira diversa. “Cada caso é um caso. Ela pode ter um comportamento sexualizado precoce, masturbação compulsiva, não se sentir querida ou amada, achar que não pertence ao grupo infantil e isolar-se dos amiguinhos, sentir-se suja ou não apropriada. Pode, inclusive, sentir prazer e até vontade de continuar o abuso, para sentir mais proximidade, carinho ou atenção do abusador. São vários os lados da questão: há crianças que gostam, outras que sofrem. Mas nenhuma delas entende realmente o que está acontecendo”, ressalta ela. Algumas crianças, inclusive, continuam gostando do abusador, pois têm uma relação de parentesco com ele. Mas outras desenvolvem uma fobia muito grande de se aproximar dele e começam a apresentar reações físicas, como dor no corpo ou dor de barriga. Podem até pensar em suicídio, pois o trauma é muito forte.
Até mesmo a maneira como a família reage diante da descoberta do abuso influi em seu comportamento. As marcas psicológicas perduram  pelo resto da vida. “As conseqüências emocionais para a criança ou adolescente são bastante graves, tornando-as deprimidas, inseguras, com problemas sexuais ou de relacionamentos íntimos”, afirma a psicóloga Mônica Freitas.

Descoberta

Como a maior parte dos casos não apresenta marcas nos órgãos sexuais, geralmente os exames de corpo de delito não detectam o abuso. Então, a melhor forma de descobrir como ele aconteceu é entrevistar todas as pessoas envolvidas: a criança, a família e o próprio abusador. A própria Abrapia tem um programa, o Sentinela, que avalia a criança/adolescente e a família, com o auxílio de profissionais capacitados. Segundo Vânia, não é nada fácil convencer a criança a falar. “É um trabalho que precisa ser feito com cuidado. É preciso ganhar a confiança da vítima para conseguir que ela conte o que ocorreu. Muitas preferem contar o abuso através de desenhos ou da representação do ato com bonecos que possuem a genitália e os orifícios aparentes”, diz. Entretanto, há casos de abuso que nunca vêm à tona. Algumas vítimas guardam segredo por muitos anos, outras pelo resto da vida. Com isso, levam para a vida adulta problemas como frigidez, dificuldades de relacionamento afetivo ou necessidade de se aproximar sexualmente das pessoas para obter algum tipo de atenção.

Dentro de casa

Em família, o caso fica bem mais complicado. Há mães que sabem o que está acontecendo, mas não o que fazer diante disso. Segundo Vânia, tem as que acreditam na criança e procuram ajuda, inclusive se separando do abusador. E tem as que não conseguem acreditar de jeito nenhum no filho. “Elas acham que aquilo não é verdadeiro, pois a situação bate de frente com as suas questões de sexualidade”, comenta a psicóloga. Já as que nunca desconfiaram de nada, ao descobrir o abuso, se sentem culpadas por não terem protegido a criança.

Uma situação de abuso mexe com toda a dinâmica familiar, provocando reações bem diferentes em cada pessoa envolvida. Além disso, a família pode ficar dividida e em dúvida quanto à veracidade da ocorrência do abuso. Muitos parentes chegam até a culpar a criança pelo ocorrido, dizendo que foram elas que provocaram a situação. “Se a criança relata isso para alguém, a pessoa tem de acreditar nela e encaminhá-la ao Conselho Tutelar. Cada criança tem uma forma própria de revelar o abuso, mas é necessário acreditar nela. E, se for uma situação que lesionou órgãos sexuais, o melhor é levá-la a um hospital”, recomenda Vânia Abreu.

Como agir

Mas o que fazer quando se descobre um caso de abuso sexual dentro da família? O primeiro passo é procurar pessoas especializadas no assunto – como psicólogos, psiquiatras e instituições de apoio à criança e ao adolescente. São pessoas capacitadas para lidar com o problema e que podem orientar a família a gerenciar melhor a situação. Outro passo importante é notificar o Conselho Tutelar da localidade, um hospital ou um posto de saúde, para buscar assistência à criança. “É preciso denunciar, pois o abuso sexual é crime. A criança ou o adolescente não é responsável pela violência que sofreu. Existe toda uma parte jurídica envolvida, devido à violação da criança e à responsabilidade penal do abusador. A família deve protegê-la e tirá-la das mãos de quem a abusou. Quanto mais cedo isso for feito, melhor”, opina Vânia Izzo. A psicóloga Mônica Freitas concorda. “É importante que se afaste a criança do local para sua própria proteção e buscar, o mais rápido possível, a ajuda de um profissional especializado, para que este faça o encaminhamento da situação da melhor forma possível”, recomenda.

http://www.bolsademulher.com/familia/abuso-sexual/




“AS ESCOLAS NÃO ESTÃO PREPARADAS PARA LIDAR COM ASSUNTOS DE VIOLÊNCIA E EXPLORAÇÃO SEXUAL”, AFIRMA PROFESSORA




A garota de 11 anos morava com os pais e três irmãos em uma comunidade litorânea em Natal, Rio Grande do Norte, e viviam com cerca de um salário mínimo, proveniente de programas de transferência de renda. Apesar do pai alcoolista praticar violência física e psicológica contra a família, a menina era boa aluna, tinha o histórico de pontualidade, assiduidade e cumprimento das normas escolares. Mas seu comportamento mudou de repente. Com sucessivos sumiços de casa, faltas na escola e frequentes brigas pelo bairro e na sala de aula, a mãe suspeita que a filha estivesse induzida ao uso de drogas e sofrendo exploração sexual por pessoas da comunidade, traficantes e estrangeiros.

“Eu sei que uma criança sofreu algum tipo de violência porque é notável o rendimento escolar dela cair automaticamente, sem exceção”, afirma convicta a professora Juliana Delmonte, que dá aula de quinta série a terceiro ano do ensino médio numa escola estadual no Butantã, em São Paulo. “Essas meninas faltam muito. Ou a escola perde o sentido e elas a abandonam, ou a escola acaba fazendo muito sentido porque é o único ambiente onde elas não são violentadas”.

A professora é conhecida por coordenar o Grupo de Estudos Feministas Gilka Machado, nascido em 2011 numa escola em Interlagos e vencedor do prêmio nacional Construindo a Igualdade de Gênero, do mesmo ano. Divididas em dois grupos de 20 meninas cada, as garotas, vivendo num lugar onde a violência doméstica ou sexual é comum, discutem preconceito contra a mulher no cotidiano, a mulher na mídia e na política, machismo, violência e outros temas similares.

Segundo ela, o quadro é recorrente em classes mais pobres e não há nenhum material que aborde o assunto. “De forma alguma a escola está preparada. Os professores, geralmente quando não se omitem, corresponsabilizam e culpabilizam a vítima. A única ação que podemos fazer quando descobrimos algum caso de violência sexual é denunciar e encaminhar para o Conselho Tutelar, não depende só da instituição de ensino”, explica Delmonte.

Números crescentes

O aumento do número de denúncias é significativo. De janeiro a abril de 2012, o Disque 100 recebeu 34.142 denúncias referentes à violação de direitos humanos contra crianças e adolescentes, representando 71% de aumento em relação ao mesmo período do ano anterior. Desde março de 2011, o atendimento do Disque 100 foi ampliado, passando a funcionar todos os dias, 24 horas.

Segundo a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), de janeiro a setembro de 2012 foram registrados no país 6.637 casos de exploração sexual no Disque 100. Bahia lidera o número de denúncias recebidas, com 643 ligações (11,4% do total). Em seguida, aparecem Rio de Janeiro com 540 denúncias (9,6%), e São Paulo, com 538 (9,5%). Roraima é o Estado com menos denúncias, apenas nove durante o ano. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) revela que, em 2009 no Brasil, 100 mil meninos e meninas são vítimas de exploração sexual.

O caso da adolescente de Natal foi encaminhado e cuidado pelo Centro de Defesa da Criança e Adolescente - CEDECA Casa Renascer, uma organização sem fins lucrativos que atua desde 1991 em Natal, em defesa dos direitos de crianças e de adolescentes em situação de risco pessoal e social, principalmente aquelas violentadas sexualmente. Hoje, a jovem com 16 anos tem um filho, estuda, ajuda a mãe na produção de artesanatos e vive com a família na mesma comunidade de origem.

Porém, de acordo com o relatório do CEDECA, não há comprovação quanto à ressignificação da violência vivenciada por ela, considerando que o consumo de drogas e a exploração sexual só foram encerrados em razão da morte do agressor que aliciava a menina, e não em um processo de garantia do direito dessa adolescente. “Entende-se, portanto, que a violência a que esta adolescente foi exposta reflete a realidade de outras crianças e adolescentes na comunidade necessitando, assim, de ações efetivas por parte do sistema de garantia de direitos considerando a vulnerabilidade instalada”, conclui o documento.

Iniciativas de combate

O governo federal enfrenta essa questão por meio do Programa de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que integra o Programa Avança Brasil. São realizados mais de 30 mil atendimentos anuais por meio das ações desenvolvidas no Programa Sentinela, com a criação de 25 Centros de Referência em 24 municípios no país.

Outra iniciativa federal é o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Infantojuvenil, lançado em 2000 e articulado junto à sociedade civil organizada. O trabalho é responsável por estruturar políticas e serviços que garantam os direitos da criança e do adolescente, e possui eixos estratégicos que estabelecem metas, parcerias e prazos a serem cumpridos para reduzir os casos de abuso e exploração sexual e garantir o atendimento de qualidade para as vítimas e a suas famílias.

Criado pelo Conselho Nacional do SESI (Serviço Social da Indústria), com a contribuição de diversas instituições e profissionais que atuam nesse campo, o Projeto ViraVida atua desde 2008 oferecendo formação profissional e emprego a adolescentes e jovens, vítimas de exploração sexual, abrindo caminhos para uma mudar o enredo de suas vidas. O Programa foi iniciado em quatro capitais e hoje atende 1.238 alunos em 19 cidades. Desde a implantação em 2008 até outubro de 2012, 2.552 adolescentes e jovens haviam sido matriculados no ViraVida. A longo prazo, a perspectiva do SESI é levar o programa a todos os municípios atingidos por redes de exploração sexual.

Em âmbito estadual e presente em 30 municípios de São Paulo, o Projeto Ação Proteção busca articular, sensibilizar e capacitar os participantes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) para enfrentar a violência sexual. O Projeto é uma iniciativa da Fundação Telefônica em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo e da ONG Childhood Brasil.

http://www.promenino.org.br/Default.aspx?TabId=77&ConteudoId=5b90d58b-b614-4d16-af03-56daf21f022f

domingo, 11 de novembro de 2012

PEDÓFILOS NÃO TÊM PERFIL PADRÃO, MAS SENTEM CULPA E CONTROLAM DESEJO SEXUAL, DIZ PSIQUIATRA


O menino de quatro anos que teve que parar na Santa Casa com diarréias e vômitos para que alguém pudesse perceber a quantidade de ferimentos que ele apresentava pelo corpo – como costelas quebradas, desvio de traquéia, hematomas e fígado machucado – chocou Campo Grande. O Presidente da Associação Sul-mato-grossense de Psiquiatria, Kleber Francisco Meneghel Vargas, explicou que não há como saber quem é um pedófilo ou não, apenas em uma conversa. Por isso, a atenção dos pais com quem deixa as crianças deve ser redobrada.

Em Mato Grosso do Sul, foram 41 casos de pedofilia registrados em 2011. Até novembro do ano passado, 37 crianças foram vítimas do crime. Somente em Campo Grande, dois casos foram registrados. Em 2012, até novembro são oito casos na capital e 19 em todo o Estado, de acordo com as estatísticas registradas pelo sistema da polícia.

Segundo o advogado Damásio de Jesus, não temos, no Brasil, uma legislação específica que defina a conduta típica de pedofilia. Para punir quem pratica este tipo de perversão sexual, entretanto, geralmente são aplicadas punições previstas para os crimes de estupro de vulnerável, ameaça, lesão corporal.

Para o psiquiatra Kleber Vargas, não há como padronizar o comportamento de um pedófilo. “Não há um perfil muito bem definido, mas a maioria dos pedófilos é masculina. Não existindo este padrão, é difícil dizer quem devemos cuidar”, alerta.

Estudos revelam que são três os principais “tipos” de pedófilos. Os que sentem culpa pelo que fizeram, os que sentem apenas um pouco de culpa e os que não se sentem culpados. “Estes últimos são os psicopatas, que podem, por vezes, ser pedófilos também. Vale ressaltar que todos eles sabem que estão cometendo um crime e têm consciência de que o que fizeram e fazem é errado”,  disse o psiquiatra.

“Os pedófilos sabem que a criança sofre, sente dor. Mas ele pensa apenas em satisfazer o desejo sexual dele. Para a pessoa que tem este transtorno sexual, é possível ter também desejo por pessoas da mesma idade, sexo oposto ou do mesmo sexo. Mas alguns sentem desejo apenas por crianças”, revela.

Ele conta que estudos também já mostraram que é mito que um abusador tenha sido necessariamente ou majoritariamente abusado sexualmente ou estuprado na infância. “Isso não é verdade exclusivamente. Nem todo mundo que foi estuprado na infância desenvolve a pedofilia e nem todo pedófilo foi abusado”.

Em relação ao controle, é possível fazê-lo. “Existe tratamento com medicação e terapia para que o pedófilo controle o desejo sexual dele. Ele sabe que sente atração por criança e deve procurar ajuda médica. Na rede de saúde pública existe como ele fazer tratamento com um psiquiatra e tomar a medicação. Em casos extremos, nos Estados Unidos, quando a pessoa revela que não consegue mesmo se controlar e comete crimes, há a castração química, que é quando o indivíduo recebe altas doses hormonais e não sente mais desejo sexual”.

 Vale lembrar que para os psicopatas, a situação é diferente, já que ele não sente culpa e, por isso, não procuram tratamento.

No caso da última semana, quando a mãe relatou não saber que o seu companheiro abusava e machucava seu filho, o psiquiatra diz que a situação é possível. “Ele é como outra pessoa, no caso, que sabe que está cometendo um crime e quer esconder isso. Para tanto, usa os melhores argumentos e eles geralmente tem grande poder de manipulação para conseguirem o que querem”, explica.

Novos companheiros

Em uma sociedade de dinâmica familiar diferenciada em relação aos séculos anteriores, cujas associações amorosas podem ser tanto duradouras quanto supérfluas e mais rápidas do que se tem costume, o psiquiatra alerta as famílias principalmente sobre quem colocar dentro e casa, em contato com seus filhos.

“É preciso conhecer muito bem alguém antes de colocar dentro de casa para conviver com seu filho, que é menor e incapaz de perceber se uma pessoa é ofensiva ou não. É preciso também duvidar, ficar de olho, zelar e dar incertas na pessoa em casa”, orienta.

Kleber Vargas lembra as mães que os casos de abuso ocorrem geralmente dentro de casa, com padrastos, pais, vizinhos, parentes e pessoas da nossa confiança. “Lembrar disso sempre é muito importante”.

Em relação a quem cuida, é preciso ficar atento. “Sair de casa e voltar, com a desculpa de quem vai buscar uma chave, ou aparecer no meio do dia, em horário inesperado, algumas vezes, é válido”.

Mas o principal é ouvir a criança. “Muitos adultos não têm ideia do quanto um diálogo franco com a criança é importante. A criança fantasia é claro, mas não passa a vida fantasiando. Se há um relato do filho, é preciso monitorar a situação. Se houve um relato estranho de machucado, outro, o filho está com comportamento diferente, é preciso ficar atento. Pode haver algo errado”, alerta.

http://www.midiamax.com/noticias/824494-pedofilos+nao+tem+perfil+padrao+mas+sentem+culpa+podem+controlar+desejo+sexual.html



domingo, 4 de novembro de 2012

QUEM SOMOS?


PROJETO BRASIL SEM PEDOFILIA

Somos pessoas inconformadas com as atrocidades que são cometidas contra nossas crianças. 

Buscamos ser voz daqueles que não podem falar! 

A certeza da impunidade faz com os crimes aumentem e consequentemente as vítimas tenham menos coragem de denunciar. 

Temos o dever de nos mobilizar para que nossas crianças tenham a oportunidade de serem CRIANÇAS. 

A pedofilia vem se tornando uma epidemia. 

O tratamento: INFORMAÇÃO, DENÚNCIA E, PRINCIPALMENTE PUNIÇÃO EXEMPLAR PARA AQUELES QUE COMETEM CRIMES CONTRA CRIANÇAS. 

Lutamos pela erradicação da pedofilia e todas as formas de negligência, abuso e maus tratos contra nossas crianças.

http://brasil-sempedofilia.blogspot.com.br/

ABUSO SEXUAL TAMBÉM PODE CAUSAR TRANSTORNOS ALIMENTARES


As consequências de um abuso sexual na vida da vítima são inúmeras. No caso de Sophia*, 20 anos, a bulimia foi a forma mais aparente em que o trauma se manifestou.
Dos doze aos quatorze anos, Sophia sofreu com o abuso sexual vindo por parte do próprio pai. “Não sabia que o que acontecia dentro da minha casa era um caso clássico de abuso sexual. Acreditava que os toques eram carinhos normais, por mais que eu sentisse repulsa”, diz Sophia.

Com a mesma idade em que os abusos começaram, a menina desenvolveu bulimia nervosa. Essa doença é um transtorno alimentar em que o indivíduo quer emagrecer, mas tem momentos em que come exageradamente e depois se utiliza de métodos purgativos equivocados para tentar se livrar das calorias adquiridas. O mais conhecido desses métodos é o vômito provocado. O surgimento de um distúrbio como esse não tem uma causa definida, podem ser fatores sociológicos, psicólogicos, hereditários e também, como qualquer outro transtorno psicológico, pode não existir uma causa aparente e coerente.

Na época, Sophia achava que o único motivo que a levava a vomitar e se preocupar excessivamente com o peso era o simples fato de querer emagrecer. Após iniciar um tratamento terapêutico, aos dezenove anos, a garota descobriu que os motivos que a levavam a tal ato excediam a vaidade, e o abuso sexual teve uma contribuição importante para o seu transtorno alimentar. Sophia não queria ter curvas de mulher e odiava cada milímetro do seu corpo, pois sentia que era sua a culpa de o abusador se atrair por ela. Por esse motivo, ela buscava a magreza. “As curvas são atrativas aos abusadores, e a bulimia me auxiliava a fugir disso”, conta.

Sophia só descobriu a relação entre o transtorno e o abuso após receber alta do tratamento para a bulimia. A garota diz ter ficado surpresa quando descobriu mais esse fator de contribuição para o distúrbio alimentar. O psiquiatra Celso Garcia, coordenador do Grupo Interdisciplinar de Assistência e Estudos em Transtornos Alimentares (Geta) da Unicamp, explica que algo tão íntimo nunca é revelado logo nas primeiras consultas. Ou seja, até que o paciente resolva falar sobre o assunto, outras hipóteses já foram cogitadas para as causas do transtorno alimentar. Sendo assim, quando a relação do abuso é estabelecida, isso causa surpresa no paciente.

Garcia explica que o abuso é uma ferida muito intensa na vivência da sexualidade de um indivíduo. Então, todas as teorias que relacionam o transtorno alimentar com a constituição da feminilidade, com a saúde mental do sujeito do ponto de vista da sexualidade, vão considerar esse evento como algo realmente importante. Outro fator a ser levado em consideração é quando o abuso vem da parte de um familiar. “A figura do pai, do padrasto, do tio sofre um trauma no momento em que aquela paciente vivencia uma violência sexual, e nos transtornos alimentares é muito comum relações familiares desorganizadas, confusas, com instabilidade emocional”, explica o psiquiatra.

Após sete anos convivendo com a bulimia, Sophia conseguiu superar a doença. No entanto, o abuso é algo com que vem tentando lidar aos poucos. “Sair de casa foi a única solução e me desfazer de todo o laço que havia com a pessoa [o pai]. Não convivo, não faço nem recebo visitas, assim como telefonemas. Apesar de ser um membro importante da minha família, rompi completamente com os laços”, diz Sophia.

Além da bulimia, a garota carrega consigo uma série de consequências por causa do abuso. “Não consegui me firmar em compromissos onde havia figuras masculinas que exerciam autoridade tais como estudo e trabalho. Tive problemas sérios quanto à sexualidade. Ter uma relação sexual era uma crise, pois eu sempre me lembrava do abusador: toque, cheiro, palavras”, confessa.

Para superar o transtorno alimentar, Garcia explica que a paciente tem que entender que existe um outro caminho. A pessoa não precisa se tornar doente ou bulímica para lidar com determinados traumas. O psiquiatra também salienta a importância de procurar ajuda profissional para que o indivíduo possa entender e lidar com suas feridas emocionais. [Equipe ASN, Pâmela Meireles]