RENATA BEIRO
(21/09/11)
"Era uma vez...
Desde pequeninha
Carrego bem aqui, dentro
Do coração, 'lagriminha'
Empedrada com o tempo...
Vejo, ainda,
A mãezinha
Num pranto
Que me espanto...
Umedecendo um pano
Amenizava feridas
Mágoas multiplicadas...
Fitavam-me, tristes,
Seus olhinhos
Pareciam pedir socorro...
Alento, eu dava,
Umedecido pano...
Até comida fazia
No alto dos meus sete anos
Vez que as mãos torturadas
Nem batatas descacavam...
BEBEDEIRA, EUFORIA!
Sem meias
Nem meias medidas
Alegria do horror
Se chegou...
Naquele dia,
De tudo ele provou...
Até a inocência infantil
De meus olhos
Papai levou...
Pra mãezinha
Jazigo restou...
Foi aí que me olhou...
Como presa
Me caçou...
Até amigos chamou...
De coração duro
Em pedaços
Odiei aquele palhaço!!!
Com plano arquitetado
Em fuga me joguei...
Com apenas oito anos
Já conhecia as penas
Aquelas, duras da vida...
Da vida errante
Fugida,
Conheci a cidade grande...
Sem o viço da idade,
Deparei-me com outras maldades..
Ignorante e coitada
De nada fui poupada...
Conheci as mãos
De homens que eram não...
Drogada, prostituída
Vi, de novo,
A saída...
Fui procurar
A mãezinha
Voltei a ser criancinha..."
Mas no papel fui lembrada:
Corpo de criança (não identificada),
Cerca de nove anos,encontrado na estrada X,
Causa aparente da morte: overdose.
Carrego bem aqui, dentro
Do coração, 'lagriminha'
Empedrada com o tempo...
Vejo, ainda,
A mãezinha
Num pranto
Que me espanto...
Umedecendo um pano
Amenizava feridas
Mágoas multiplicadas...
Fitavam-me, tristes,
Seus olhinhos
Pareciam pedir socorro...
Alento, eu dava,
Umedecido pano...
Até comida fazia
No alto dos meus sete anos
Vez que as mãos torturadas
Nem batatas descacavam...
BEBEDEIRA, EUFORIA!
Sem meias
Nem meias medidas
Alegria do horror
Se chegou...
Naquele dia,
De tudo ele provou...
Até a inocência infantil
De meus olhos
Papai levou...
Pra mãezinha
Jazigo restou...
Foi aí que me olhou...
Como presa
Me caçou...
Até amigos chamou...
De coração duro
Em pedaços
Odiei aquele palhaço!!!
Com plano arquitetado
Em fuga me joguei...
Com apenas oito anos
Já conhecia as penas
Aquelas, duras da vida...
Da vida errante
Fugida,
Conheci a cidade grande...
Sem o viço da idade,
Deparei-me com outras maldades..
Ignorante e coitada
De nada fui poupada...
Conheci as mãos
De homens que eram não...
Drogada, prostituída
Vi, de novo,
A saída...
Fui procurar
A mãezinha
Voltei a ser criancinha..."
Mas no papel fui lembrada:
Corpo de criança (não identificada),
Cerca de nove anos,encontrado na estrada X,
Causa aparente da morte: overdose.
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