Um dos maiores agressores à saúde emocional, mental e física do indivíduo é a agressão sexual. “É definido, pela Organização Mundial da Saúde, como a ocorrência de práticas sexuais entre um indivíduo maior de 16 anos com uma criança na pré-puberdade.
A psicanálise encara a pedofilia como uma perversão sexual. Não é uma doença, mas sim uma parafilia, um distúrbio psíquico que se caracteriza pela obsessão por práticas sexuais não aceitas pela sociedade, como o exibicionismo e o sadomasoquismo. Muitas vezes o pedófilo apresenta uma sexualidade pouco desenvolvida e teme a resistência de um parceiro em iguais condições. Sexualmente inibido, escolhe como parceiro uma pessoa vulnerável.”¹
Essa ocorrência tem se estendido
para crianças cada vez mais jovens, chegando a ocorrer casos de abusos sexuais
na primeira infância, ou seja, antes mesmo de completar seis anos de idade.
É indiscutível que as sequelas do
abuso sexual a menores são devastadoras e se mantêm para toda a vida. Não
apenas pelo aspecto físico mas, sobretudo das marcas emocionais que estes
jovens vão ter de carregar ao longo de toda a sua vida. Para tudo isso
contribui o fato de estes abusos sexuais serem frequentemente longos e vividos
no mais completo silêncio. Um silêncio marcado pelo sofrimento que, após a
revelação, continua a existir já que a investigação é morosa e, frequentemente,
inconclusiva.
As investigações concluídas com
êxito apontam como agressoras pessoas próximas à vítima. Fato que se explica
pela “facilidade” do primeiro contato. Geralmente a vítima sofre abusos de
pessoas conhecidas, que vivem e convivem no mesmo meio, que inspiram confiança
e não medo. Eis aí o agravante e a dita “facilidade” do agressor. A partir daí
o agressor mantém a vítima através de manipulação e ameaças, gerando o medo de
denunciar e se mantém sob o domínio do agressor. Também podem ser pessoas com
um poder extraordinário para persuadi-la e chantagear, podendo até exercer
represálias sobre ela.
É certo que a maioria das crianças
que sofrem de abusos sexuais normalmente não revela a ninguém o seu problema.
Por vezes são tão imaturas a nível cognitivo e afetivo que nem se apercebem da
gravidade da situação, e passam a acreditar que a culpa é delas. Normalmente,
são crianças inseguras e com baixa auto-estima, que não têm confiança nos
outros e temem que a sua imagem saia danificada. Receiam ainda a separação dos
irmãos e familiares ou a vingança do agressor. Tudo se complica ainda mais
quando o abusador sexual é alguém que frequenta a casa, um amigo da família ou
então o próprio pai.
Há casos em que crianças
molestadas sexualmente não tomam conhecimento do mal que sofreu até chegar à
adolescência, onde os sintomas começam a aparecer em forma de doenças
emocionais.
Nos casos onde a vítima percebe e
consegue identificar que houve a agressão, pode haver o diagnóstico antes da
manifestação dos sintomas na pré-puberdade ou puberdade. Para isso alguns
sinais no comportamento da vítima devem ser considerados.
O diagnóstico destes abusos
sexuais é difícil de ser efetuado, sobretudo quando não existem marcas
fisicamente visíveis. Ainda assim, os médicos, psicólogos ou pedopsiquiatras
possuem técnicas capazes de detectar situações deste gênero de uma forma indireta.
Aos pais e educadores no geral
importa estarem atentos ao aparecimento de feridas físicas, a nível genital ou
anal. Este tipo de indício tem de ser imediatamente investigado por uma equipe
médica. Além disso, quando uma criança começa a verbalizar um conhecimento real
de práticas sexuais há que colocar a hipótese de as ter vivenciado.
Para além destes sinais, existem
outros de foro emocional, que incluem o medo (que surge de forma inexplicável e
repentinamente) de pessoas estranhas ou de alguém em particular; reação fóbica
à água ou ao momento do banho, comportamento este que não tem qualquer relação
com uma experiência anterior traumática, como o perigo de afogamento.
Além disso, surge toda uma série
de comportamentos/atitudes marcadas pela regressão, que inclui a adoção de
comportamentos muito infantis e ansiosos (choro constante, tiques nervosos,
voltar a chuchar no dedo, enurese (incontinência de urinas), entre outros.
Referencia:
1. Brasil Escola – Sociologia
Por: Brígida Oliveira Pedagoga – Orientadora Educacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário