domingo, 22 de dezembro de 2013

Pesquisa mostra que crianças fumantes passivas chegam a 51%

Estudo sobre o tabagismo passivo revelou que 51% das crianças até 5 anos são consideradas fumantes passivas por causa do vício dos pais



São Paulo - Um estudo sobre o tabagismo passivo revelou que 51% das crianças até 5 anos são consideradas fumantes passivas por causa do vício dos pais. A pesquisa foi coordenada pelo diretor do Ambulatório de Drogas do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), João Paulo Lotufo.

Segundo a pesquisa, essas crianças desenvolvem mais otites, bronquites, rinites, asma e duas vezes mais morte súbita quando comparadas com as de pais não fumantes.
Segundo ele, a pesquisa foi feita com a urina do fumante e de alguém da família que não fuma quando foi constatada a presença de nicotina também no sangue dos fumantes passivos.
“O fumante passivo também corre o risco de dependência e de inflamação das mucosas. Todos os que têm tendência a desenvolver doenças como as otites, rinites, bronquites, asma, vão sofrer e ter mais problemas. Nesses casos a mucosa já é inflamada e com a fumaça isso piora muito”.
Ele destacou que muitos pais alegam que fumam fora de casa para não prejudicar os filhos, mas isso não adianta, pois o cheiro do cigarro fica no corpo e nas roupas do fumante e, consequentemente, as crianças acabam respirando isso. “Só o cheiro já é motivo de inflamação. Sem dúvida é melhor fumar fora, mas o ideal é parar de fumar. Pelo menos 305 de quem vem ao ambulatório para parar de fumar, tem como motivação os filhos”.
Lotufo observou que depois que São Paulo aprovou a Lei Antifumo houve diminuição dos casos de doenças cardiocirculatórias. “Infelizmente são só sete estados que tem essa lei em vigor. O Brasil ainda não é um ambiente livre de fumaça, mas a lei que abrange todo o país já foi aprovada, mas ainda não regulamentada. Estamos em um movimento para que ela ente em vigor o quanto antes”.
FONTE: REVISTA EXAME

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

DELEGACIA DA CRIANÇA E ADOLESCENTE VÍTIMA - DCAV/RJ INAUGURA BRINQUEDOTECA


Oferecer um atendimento humanizado às crianças vítimas de crimes é o principal objetivo da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).

Para garantir esse direito aos menorese familiares que procuram a unidade foi inaugurada, nesta terça feira(10/12), a brinquedoteca da delegacia.

Segundo o delegado Marcelo Braga Maia, titular da especializada, esse era um projeto antigo da delegacia.

Essa brinquedoteca foi idealizada por mim quando percebia, por vezes, crianças acompanhando as mães, responsáveis, ou conselheiros tutelares, sem terem algo para brincar ou se divertir enquanto aguardavam  atendimento de seus familiares oudeles mesmos.

“Essa proposta, posso dizer até mesmo sonho, só foi possível graças ao apoio que recebemos da chefia de Polícia”, explicou ele.

A brinquedoteca foi instalada em uma sala da delegacia, funcionando atualmente na Rua Francisco Bicalho, 250, e conta com diversos brinquedos todos doado à unidade por policiais, amigos e familiares dos agentes.

As crianças serão monitoradas por uma assistente social que atua como atendente da DCAV.

Por enquanto só temos brinquedos, mas a ideia é colocar livros e uma televisão com DVD para distrair as crianças. O DVD já recebemos como doação também”, finalizou o delegado.


domingo, 15 de dezembro de 2013

TESTE ALERTA QUE CRIANÇA PODE SUMIR EM UM SEGUNDO DE DESCUIDO DOS PAIS


O Fantástico trouxe um alerta para os pais: não dá pra desgrudar o olho das crianças nem por um segundo. Na praia, no shopping lotado, é fácil um estranho se aproximar do seu filho e você nem perceber.

O Fantástico fez um teste que interessa a todas as famílias. Se os pais se descuidam, por um segundo que seja, um estranho pode levar uma criança embora. No shopping, na praia, onde for...

Um homem vai à praia e ao shopping, em São Paulo, com um objetivo: procurar crianças indefesas, que poderiam ser alvo de bandidos.

Sem parentes por perto, que risco elas correm?

Camily, do Rio de Janeiro, e João Rafael, do Paraná. Duas crianças desaparecidas. Nos dois casos, bastou um instante longe do cuidado de um parente pro pior acontecer.

Camily sumiu no ano passado, quando tinha 4 aninhos. Era 4 de novembro, um domingo, 8 horas da manhã. Camily e a avó estavam na frente da casa, sentadas, conversando. A avó entrou só pra pegar um remédio e voltou logo depois. A neta já não estava mais lá.

“Só tinha um sapatinho e uma bonequinha que ela estava brincando. Na minha cabeça, não se passou que eu deixasse ela aqui, um minuto, e ela ia sumir”, lembra Sandra Guedes de Sá,  avó de Camily.

João Rafael tem 2 anos. Está desaparecido há mais de três meses.
“Procurei ele, claro, e ele já tinha desaparecido. Foi muito rápido. Eu, mãe, eu acho que alguém está com ele”, afirma Lorena Conceição Santos, mae de João Rafael.

O sumiço de crianças também preocupa famílias que estão do outro lado do mundo. Malásia, sudeste asiático. Um homem se aproxima e entrega pirulitos. As crianças voltam pra perto dos pais e eles levam um susto. No doce, há um recado: "Em uma fração de segundo, seu filho pode ser atraído. Mantenha o olhar atento, antes que seja muito tarde".

O vídeo já foi visto na internet mais de 1,3 milhão de vezes, desde o mês passado. Ele foi feito por uma entidade que desenvolve projetos de segurança para crianças do mundo inteiro. Os pais eram atores. Mas as crianças não tinham sido avisadas do teste. Todas que apareceram no vídeo aceitaram o pirulito e conversaram com o homem que nunca tinham visto antes.

O Fantástico vai tentar reproduzir essas cenas. Só que agora, nós estamos atrás de casos reais, pra mostrar que um segundo de descuido é suficiente pra um estranho se aproximar.

Um garotinho, de quatro anos,  está sozinho, na porta da loja. A mãe está de costas. Não viu o que tinha acabado de acontecer.

Em outra situação, a criança está atrás de dois adultos. O menino, de 10 anos, guarda o doce. Ninguém percebe nada.

Em um shopping, na Zona Leste de São Paulo, mais uma garotinha está longe dos parentes. Ela sai pulando e só depois encontra a avó. Em duas horas, oito crianças foram abordadas, sem que as famílias percebessem.

O homem que ajudou o Fantástico nesse teste chama-se Rui Silva. Ele é educador e representante de um projeto que tenta evitar que crianças desapareçam.

“Do jeito que eu fui gentil, eu poderia usar de violência, segurá-lo, tapar a boca e levá-lo porque eu sou uma pessoa grande e forte. Você perde ele de vista e pode desaparecer pra sempre. Muito cuidado, mamãe”, alerta Rui Silva, educador do Projeto Anjos do Verão.

Mas o que fazer então?

“Tire sempre uma foto, na hora de sair de casa. Nem sempre, na hora do desespero, ela vai lembrar exatamente a roupa que ele estava. No caso agora, dessa época de compras intensas, traga um familiar, a vovó, um primo, alguém, para estar junto, olhando, pra que você possa fazer suas compras com sossego e ele, seguro. Nunca deixar a criança pra trás. Do lado, no mínimo. Sempre na frente e sempre falando em casa o que fazer, criando sempre um ponto de encontro, uma loja favorita, uma lanchonete favorita no shopping”, ensina o educador.

E na praia, nesses dias movimentados, será que é fácil um estranho se aproximar de uma criança desacompanhada?
Guarujá, litoral paulista. A menina, de 6 anos, sai da água sozinha e pega o doce. A mãe está sentada, de costas pro mar. Ela lê a mensagem e agradece o alerta.

Outro teste... Mais uma menina. E olha o perigo. O garoto - que estava com ela – corre e fala com o homem que ele nunca tinha visto antes. A família não percebeu nada.

“Tem que escalar alguém ou pra ficar acompanhando fisicamente ou com o olhar.  Não tirar o olho. Crianças que ainda não têm capacidade de memorização, abaixo de 6 anos: identificação na roupa, pulseira, tudo o que puder colocar, o telefone, o nome do papai e da mamãe. Crianças maiores, memorização e sempre ensinar um ponto de referência: um restaurante, um prédio, em frente à praia, algo que não saia do lugar, aí é importante e a criança vai memorizar”, diz Rui.

Hoje, Rui sabe o que fazer, mas 11 anos atrás ficou completamente perdido, quando o filho sumiu na praia lotada.

“Você pensa que afogou, pensa que está morto, que alguém sequestrou. Meio metro, um metro no meio da multidão, perde-se mesmo. É como se fosse uma agulha no palheiro. E durante 15 minutos, uma senhora encontrou. É uma experiência terrível”, lembra.

A chance de uma tragédia acontecer é menor quando o filho segue os conselhos dos pais.

Há muitas crianças desaparecidas. Algumas há vários anos. Os parentes fazer um apelo.

“Eu quero a minha neta, por favor. Alguém viu a minha neta, me devolve”, pede Sandra Guedes de Sá, avó de Camily.

“Que a pessoa que pegou ele, que nos devolva. Que entregue o nosso filho, por favor”, diz Lucas Kovalski, pai de João Rafael.

“O mais importante da minha vida é a vida dele. A vida dele”, desabafa Lorena Conceição Santos, mãe de João Rafael.



domingo, 8 de dezembro de 2013

“Eles me buscavam na escola”, diz garota vítima de exploração sexual

A rotina da estudante Giovana (nome fictício) mudou radicalmente aos 14 anos. 



A rotina da estudante Giovana (nome fictício) mudou radicalmente aos 14 anos.
De família pobre, da periferia de Manaus, ela foi tomada pela curiosidade ao ver uma amiga rodeada de presentes, dinheiro e carros.
Em pouco tempo, passou até a cabular aula para entrar na rede de exploração sexual.
Não demorou e passou a fazer de seis a sete programas por dia. E ela ainda nem havia completado 15 anos.
“Emendava um programa no outro. Não parava. Ganhávamos dinheiro muito fácil. Mas, como diz o ditado, tudo que vem fácil vai fácil”, disse a adolescente, hoje com 17 anos e, segundo ela, longe dos encontros sexuais.
Há um ano, a rede de exploração sexual da qual Giovana fazia parte foi desbaratada pela polícia em Manaus.
Agora, a Folha teve acesso a detalhes das investigações sobre a forma de atuação do esquema que servia a grupos de empresários e políticos do Amazonas e que recrutava garotas pobres, com idades a partir de 12 anos.
O Ministério Público ofereceu denúncia. A Justiça ainda analisa se abrirá processo.
O caso está sob sigilo no Tribunal de Justiça do Amazonas. Um cônsul, um prefeito e um deputado estadual estão entre os suspeitos de fazer parte do esquema.
“Às vezes no meio da aula eles [agenciadores] me avisavam sobre algum programa por mensagem de celular, então me buscavam na escola e me levavam até o local do encontro. Depois, me levavam de volta pra escola ou pra casa”, disse a menina.
IDENTIDADE
“Na média, num dia, podia ganhar R$ 2.000, R$ 3.000. Variava de R$ 300 a R$ 400 [cada programa]“, completa.
Segundo a garota, a maioria dos clientes sabia que ela não tinha 18 anos -quando necessário, diz, usava uma identidade falsificada.
A vida dela, conta, mudou de novo quando a rede veio à tona, em novembro de 2012.
Policiais foram até a casa dela para apreender computadores e celulares. “A reação da minha mãe foi péssima. Ela desmaiou, foi uma coisa muito horrível”, afirma.
Outros parentes de garotas ouvidos pela reportagem relataram semelhante reação quando o caso foi revelado.
Com medo, Giovana afirma que apagou seus perfis nas redes sociais e passou a fazer, também, um curso profissionalizante. Hoje sonha com uma universidade.
“Não falo com mais ninguém, perdi o contato com todos. Eu vi e revi o que eu fazia e agora faço diferente. Quero estudar e ter meu próprio negócio.”
Fonte:FSP