quinta-feira, 11 de julho de 2019

CELULAR - A NOVA CHUPETA

🧚🏼‍♀️ Uma fada morre cada vez que você dá um celular na mão de uma criança menor de 2 anos. 🧚‍♂️



🍭Sabe aquela recomendação de não dar açúcar antes do 2 anos pois eles ainda estão em formação do paladar?
Com as telas é igual. Crianças pequenas estão formando o seu “paladar” de interesses. As telas atraem DEMAIS! E tiram o foco de outros estímulos tão importantes para o seu desenvolvimento.
🥦 Imagina uma criança que não quer comer brócolis. Cada vez que ela recusa o brócolis, seus pais dão a ela batata frita. O que vocês acham que vai acontecer? Bem óbvio né? Só vai querer a batata. É muito mais gostoso para ela. Ela não sabe dos benefícos nutricionais do brócolis. Não sabe dos prejuízos que o excesso de fritura pode trazer a longo prazo. Quem sabe disso (ou deveria saber) somos nós adultos.
📱E se você dá um celular cada vez que a criança fica entediada, cada vez que ela faz birra, cada vez que ela se recusa a fazer o que você pediu... Adivinha o que acontece? Ela não sabe que jogos de encaixe estimulam mais o cérebro do que assistir desenho. Não sabem que livros e músicas são melhor para linguagem do que um tablet. Não sabem que estar com os amigos é muito melhor para a interação que ver a Galinha Pintadinha. Elas só sabem que as telas são muito mais ATRAENTES!
🔹 Percebo que muitos pais ainda desconhecem os malefícios do excesso de telas na infância. Que a recomendação atual é de ZERO telas até no MÍNIMO os 18 meses. E que depois elas podem ser usadas por curtos períodos sob supervisão. Tenho visto cada vez mais crianças dependentes de telas. Cada vez mais cedo. Nenhuma família deixa isso acontecer de maneira consciente. É aos poucos, por um descuido, por achar que só um pouco não faz mal e quando vê...
🔹Então decidi que vou continuar falando sobre isso sempre. Essa vai ser minha bandeira. Nossas crianças tem um mundão para explorar e aprender, não vamos deixar que a tecnologia as cegue.

Luciane Baratelli
Neuropediatra

POSTAGEM ORIGINAL: NEUROPEDIATRIA SEM NEURA

terça-feira, 9 de julho de 2019

NÃO PUBLIQUE AQUELA FOTO DO SEU FILHO NAS REDES SOCIAIS


Três em cada quatro crianças com menos de 2 anos têm fotos na Internet. Deveríamos frear esse costume?




Nossas redes sociais estão repletas de imagens de crianças fazendo fofices. Nas férias, sua superexposição aumenta mais ainda, se é que isso é possível. Cada foto é compartilhada – sem consentimento algum – pelo pai, a mãe ou algum familiar ou amigo, para orgulho de quem compartilha e para deleite de seus conhecidos. Recebe-se um monte de curtidas e até algum elogio, o que leva a reincidir. É assim há vários anos, sem que ninguém pense nas consequências. Até que, acompanhando os crescentes receios em torno das redes sociais, uma dúvida começou a se espalhar: será que estamos fazendo mal ao postar tantas fotos de crianças?

Três de cada quatro crianças com menos de 2 anos têm fotos on-line, segundo um estudo da empresa de segurança digital AVG com dados de cidadãos de 10 países (Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Espanha, Itália, Austrália, Nova Zelândia e Japão). A emoção de ser pai ou mãe é uma das causas por trás dessa compulsão, a versão atualizada dos retratinhos guardados na carteira. Em média, os pais de crianças menores de 6 anos publicam 2,1 informações por semana sobre elas, segundo um estudo com informação de 1.300 pais norte-americanos do aplicativo Local Babysitter.

Dos 6 aos 13 há uma queda na corujice: 1,9 informação por semana. Quando o(a) adolescente completa 14 anos, o ímpeto se reduz a menos de uma menção por semana (0,8). Na Espanha, segundo a AVG, os pais são os mais preocupados com as futuras consequências para seus filhos da enorme quantidade de informação on-line que proporcionam a respeito deles (avaliam seu grau de preocupação em 3,9 sobre 5). Esta preocupação possivelmente tenha sido reforçada quando se soube que Mark Zuckerberg – o homem que mais fez para compartilharmos como compartilhamos – considera que o futuro, em vez de aberto, como sustentava até agora, será privado.


Os riscos aos quais os menores se veem submetidos são vários. Para começar, facilitamos que criminosos e pervertidos os localizem fisicamente. Mas há também outros riscos de origem digital. Se alguém capturar uma imagem ou um vídeo de um menor, pode simular que este sofre algum tipo de ameaça e exigir um resgate. Também pode suplantar sua identidade nas redes, como já aconteceu com várias influencers. Se, além disso, ao anunciar o nascimento de um bebê acrescentamos a data (coisa que muitos pais fazem), poderíamos estar propiciando o roubo de sua identidade. Para não falar do ciberbullying que poderemos causar ao postar uma foto ridícula do nosso filho (calcula-se que 59% dos menores tenham passado por isso em 2018, segundo o instituto Pew Research).


Stacey fecha seu texto com várias recomendações aos pais interessados em proteger seus filhos: familiarizar-se as políticas de privacidade das redes em que postam fotos; criar alertas que avisem quando o nome de seu filho sair em algum resultado de busca no Google; cogitar não revelar a identidade da criança na hora de contar algo; pedir permissão a elas antes de compartilhar uma informação a seu respeito; nunca publicar fotos delas com pouca roupa; e, finalmente, considerar se essa informação que você está cogitando compartilhar pode ter algum efeito sobre o bem-estar e o desenvolvimento psicológico do pequeno.


FONTE: EL PAÍS