A maioria dos abusadores é do sexo masculino, mas
existem mulheres que cometem esse tipo de crime, segundo especialistas
A pedofilia é descrita
pela Organização Mundial de Saúde, na Classificação Internacional de Doenças
(CID-10), no item F65, que trata dos Transtornos da Preferência Sexual, como
“preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças
de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes ou no início da puberdade”.
Todavia, nem toda pessoa que abusa sexualmente de uma criança ou adolescente é
acometida por este transtorno.
“É perigoso tratar a pedofilia apenas como um
desvio de comportamento. A sexualidade tem um caráter circunstancial. Um
sujeito pode não ter a criança como objeto fixo de desejo, mas diante da
oportunidade pode lhe despertar este desejo e cometer o abuso”, esclarece o
psicólogo do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Hélio Cardoso Miranda.
Hélio explica que o pedófilo não é,
necessariamente, um doente mental. “Este sujeito, comumente, sabe que o desejo
dele é errado e até sente uma certa vergonha disso. Depende de outros fatores
para determinar se ele pode ou não responder por este impulso”. O psicólogo
destaca ainda que, na análise psicanalítica o desejo sexual sempre tem um
caráter inconsciente. “O que o sujeito faz com esse desejo é consciente. Ao
praticar o ato ele toma a decisão de fazê-lo”.
Por ter consciência que o ato
sexual com crianças viola regras sociais, o pedófilo pode jamais cometer um
abuso. Somente um indivíduo acometido por algum tipo de doença mental grave, o
que não é o caso da pedofilia, pode vir a ser considerado juridicamente
inimputável. Vale destacar que pessoas que não sentem qualquer atração sexual
por crianças ou adolescentes podem cometer crimes ligados à pedofilia, como a
produção e/ou comercialização de material pornográfico envolvendo crianças ou,
até mesmo, a exploração sexual de menores.
Profissionais que lidam com o
enfrentamento da violência sexual infanto-juvenil são unânimes ao afirmar não
ser possível traçar um perfil do abusador. Quem abusa sexualmente de uma
criança, segundo eles, é quem está próximo dela, sendo capaz de estabelecer um
vínculo de confiança. A maioria dos abusadores é do sexo masculino, mas também
há mulheres que cometem este tipo de crime. “Só me recordo de um caso em que
uma mulher foi quem abusou, mas sabemos que não é tão raro assim”, revela a
ginecologista e médica legista do Instituto Médico-Legal de Belo Horizonte,
Maria Flávia Brandão.
um bom dialogação para sociedade ter colher ser
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