O abuso e
a exploração sexual são crimes graves, que deixam marcas profundas nos corpos
das vítimas, como lesões, contágio por doenças sexualmente transmissíveis e
gravidez precoce. Mais do que isso, a violência sexual prejudica profundamente
o desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes, gerando problemas
como estresse, depressão e baixa autoestima. É dever da família, do Estado e de
toda a sociedade protegê-los.
As
crianças e adolescentes “avisam” de diversas maneiras, quase sempre não
verbais, as situações de maus tratos e de abuso sexual.
Veja abaixo alguns indicadores na conduta da criança/adolescente que sofreu abuso sexual:
Veja abaixo alguns indicadores na conduta da criança/adolescente que sofreu abuso sexual:
Sinais corporais:
·
Enfermidades psicosomáticas, que são uma série de
problemas de saúde sem aparente causa clínica, como dores de cabeça, erupções
na pele, vômitos e outras dificuldades digestivas que têm, na realidade, fundo
psicológico e emocional.
·
Doenças sexualmente transmissíveis, diagnosticadas
em coceira na área genital, infecções urinárias, odor vaginal, corrimento ou
outras secreções vaginais e penianas e cólicas intestinais.
·
Dificuldade de engolir devido à inflamação causada
por gonorréia na garganta ou reflexo de engasgo hiperativo e vômitos (por sexo
oral).
·
Dor, inchaço, lesão ou sangramento nas áreas da
vagina ou ânus a ponto de causar, inclusive, dificuldade de caminhar e sentar.
·
Ganho ou perda de peso, visando afetar a atratividade
do agressor.
·
Traumatismo físico ou lesões corporais, por uso de
violência física.
Sinais comportamentais:
·
Medo ou pânico de certa pessoa ou sentimento
generalizado de desagrado quando é deixado sozinho em algum lugar com alguém.
·
Medo do escuro ou de lugares fechados.
·
Mudanças extremas súbitas e inexplicadas no
comportamento, como oscilações no humor entre retraída e extrovertida.
·
Mal estar pela sensação de modificação do corpo e
confusão de idade.
·
Regressão a comportamentos infantis, como choro
excessivo sem causa aparente, enurese (xixi na cama) e chupar dedos.
·
Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica.
Fraco controle de impulsos e comportamento autodestrutivo ou suicida.
·
Baixo nível de auto-estima e excessiva preocupação
em agradar os outros.
·
Vergonha excessiva, inclusive de mudar de roupa na
frente de outras pessoas.
·
Culpa e autoflagelação.
·
Ansiedade generalizada, comportamento tenso, sempre
em estado de alerta, fadiga.
·
Comportamento disruptivo, agressivo, raivoso,
principalmente dirigido contra irmãos e um dos pais não incestuoso.
·
Alguns podem apresentar transtornos dissociativos
na forma de personalidade múltipla.
Sexualidade
·
Interesse ou conhecimento súbitos e não usuais
sobre questões sexuais.
·
Expressão de afeto sensualizada ou mesmo certo grau
de provocação erótica, inapropriado para uma criança.
·
Desenvolvimento de brincadeiras sexuais
persistentes com amigos, animais e brinquedos.
·
Masturbar-se compulsivamente
·
Relato de avanços sexuais por parentes,
responsáveis e outros adultos.
·
Desenhar órgãos genitais com detalhes além de sua
capacidade etária.
Hábitos, cuidados corporais e higiênicos
·
Abandono de comportamento infantil, de laços
afetivos, de antigos hábitos lúdicos, de fantasias, ainda que temporariamente.
·
Mudança de hábito alimentar – perda de apetite
(anorexia) ou excesso de alimentação (obesidade).
·
Padrão de sono perturbado por pesadelos freqüentes,
agitação noturna, gritos, suores, provocados pelo terror de adormecer e sofrer
abuso.
·
Aparência descuidada e suja pela relutância em
trocar de roupa.
·
Resistência em participar de atividades físicas.
·
Frequentes fugas de casa
·
Práticas de delitos
·
Envolvimento em prostituição infanto-juvenil
·
Uso e abuso de substâncias como álcool, drogas
lícitas e ilícitas.
Relacionamento social
·
Tendência ao isolamento social com poucas relações
com colegas e companheiros.
·
Relacionamento entre crianças e adultos com ares de
segredo e exclusão dos demais.
·
Dificuldade de confiar nas pessoas à sua volta
·
Fuga de contato físico
O
surgimento de objetos pessoais, brinquedos, dinheiro e outros bens que estão
além das possibilidades financeiras da crianças/adolescente e da família pode
ser indicador de favorecimento e/ou aliciamento.
Fonte: Guia Escolar – Rede de Proteção à Infância – Métodos para
identificação de sianis de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes
– Ministério da Educação, 2004
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