A leitora Paula* foi adotada e sofreu violências no
ambiente familiar. Quando tentou contar, apanhou. Hoje, ela cortou laços
“Ao escrever esse relato, passou um filme pela minha
cabeça.”
Há 17 anos, meu tio chegou de uma festa com minha tia
durante a madrugada. Ele achou que ela estava dormindo e foi ao quarto onde eu estava
com minhas primas. Minha tia viu tudo e me acusou de ter seduzido o marido
dela, dizendo que ele estava embriagado. Eu ainda tomei uma surra, como se
fosse culpada pelo que tinha acabado de acontecer.
No outro dia, minha tia perdoou o marido e eu tive que
ficar em silêncio. Virei empregada na casa. Até hoje não tenho coragem de falar
sobre o assunto com outras pessoas.
Eles fingiam que nada havia acontecido. O que me dói é
minha tia ter achado que eu era uma ameaça ao casamento dela, como se eu
tivesse permitido o abuso.
Um ano depois daquela noite, outro tio me trancou no
banheiro e me fez tocar o pênis dele. Ele ameaçou falar para todo mundo que eu
tinha chamado ele até ali para satisfazer seus desejos.
Sofri muito. Sou adotada e algumas pessoas da família não
aprovaram a minha chegada. Sempre me fizeram de empregada e falavam que eu era
uma coitada. Até hoje tenho trauma dessa época.
Eu me mudei para outro estado,
casei e tive um filho, que não convive com minha família adotiva. Pude
compartilhar todos esses traumas com meu marido e hoje conheço o amor
verdadeiro.”
A partir de agora, CLAUDIA mantém esse canal aberto e
oferece acolhimento para quem quiser libertar as palavras e as dores que elas
carregam.
Fale com CLAUDIA em falecomclaudia@abril.com.br.
FONTE: REVISTA CLÁUDIA
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