Especialistas
jurídicos, de investigação e acadêmicos se reuniram na sede da ONU em Viena
(Áustria) para encontrar formas de combater a exploração infantil online, que se tornou mais recorrente devido
aos avanços tecnológicos.
“A
exploração sexual de crianças não é um fenômeno novo, mas a era digital tem
agravado o problema e deixado as crianças mais vulneráveis”, disse o diretor
executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Yury Fedotov,
durante o evento, que ocorreu na semana passada.
Embora
os avanços nas tecnologias de informação e comunicação (TICs) não tenham
necessariamente dado origem a novas formas de abuso infantil, eles têm, em
alguns casos, mudado a natureza e dimensão da exploração.
Através
da Internet, criminosos podem ter acesso às crianças mais rapidamente e em
maior quantidade, utilizando salas de chat, e-mail, jogos online e sites de
redes sociais para encontrar suas vítimas. O ciberespaço também aumentou
significativamente a capacidade de criminosos para acessar materiais de abuso
sexual infantil.
“Antes
da Internet, a coleção de um predador sexual infantil de 150 imagens era considerada
enorme, hoje, uma coleção de 150 mil imagens é comum. Uma coleção de 1,5 milhão
de imagens não é impossível”, disse um psicólogo forense que trabalha com
predadores sexuais infantis, Joe Sullivan.
Os
especialistas concordam que uma educação e conscientização melhorada são
essenciais para proteger as crianças, enfatizando que os pais devem se esforçar
para superar a “distância digital geracional” e ter um grande interesse na
tecnologia que eles dão aos seus filhos, os educando sobre o seu uso seguro e sobre
as potenciais ramificações do comportamento online sem cuidados.
Embora
atualmente não exista uma legislação consistente entre os países em relação ao
abuso infantil online, Fedotov disse que a UNODC está em uma posição única para
ajudar os países a lidar com esta questão a nível global.
“Podemos
incentivar a cooperação eficaz entre os países nas investigações e apoiar os
esforços globais de conscientização para educar pais e crianças sobre o uso
seguro das TIC’s. Mas todos devem fazer sua parte – incluindo o setor privado,
que é a principal força motriz por trás dessa evolução tecnológica”, disse.
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