Polícia prendeu
três suspeitos de assassinarem menino de 11 anos que estava desaparecido desde
o início do mês: o pai dele, a madrasta e uma amiga do casal.
Diante da morte de Bernardo Uglioni Boldrini eu, que
convivo diariamente com tantas e variadas formas de violência, negligência e
crueldade contra crianças e adolescentes, parei e chorei.
E estou chorando agora de dor, tristeza, desalento e
revolta por tanto descaso com a vida de uma criança.
Não dá para entender tanto descaso e negligência:
Dos vizinhos, que viam Bernardo na calçada sem poder
entrar em casa e NÃO DENUNCIARAM.
Da avó, que ficou 4 anos sem ver o neto sob a justificava
de que não a deixavam ver.
Das famílias que Bernardo sugeriu que o acolhessem e que
NÃO QUISERAM SE MANIFESTAR para não criar problemas com o pai assassino.
Do poder público (Conselho Tutelar, Promotora e Juiz) que
sabiam da condição de vida miserável que Bernardo levava (procurados pela
própria criança), mas a inda assim permitiram, baseado na prerrogativa técnica
do ECA, que a criança permanecesse nessa casa de horrores.
As histórias de violência familiar costumam ter um desenvolvimento
muito parecido. A morte é o último capítulo. O desenrolar da história começa
com uma “agressãozinha verbal aqui”, um “safanãozinho acolá e vai crescendo e se
desenvolvendo.
Todo mundo sabe como é. Então, pra que esperar??? É
preciso urgência para mudar esse estado de coisas. Não dá pra ficar esperando
crianças morrerem e depois chorar e lamentar sobre seus caixões.
Precisamos lutar por uma legislação que PROTEJA
efetivamente a criança e que PUNA SEVERAMENTE aqueles que violam seus direitos.
Cláudia Sobral 16/04/2014
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O assassinato de um
menino de 11 anos que estava desaparecido desde o início do mês revoltou os
moradores de Três Passos, no Rio Grande do Sul. A polícia prendeu três suspeitos: o pai
dele, a madrasta e uma amiga do casal.
No velório, quase mil
pessoas pedidos de justiça. Bernardo Boldrini, de 11 anos, estava desaparecido
desde o dia 4 de abril.
O pai, que é cirurgião,
e a madrasta, chegaram a registrar o desaparecimento na delegacia. Eles
disseram que o menino saiu para dormir na casa de um amigo e que quando foram
buscá-lo descobriram que ele não esteve lá.
No último domingo,
Leandro Boldrini ligou para uma rádio. "A gente está com a Polícia Civil,
e Brigada Militar e assim, a gente está procurando esse menino, é o Bernardo
Uglioni Boldrini”, disse à rádio.
Na segunda-feira
(14), o corpo de Bernardo foi encontrado neste matagal no município de
Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de Três Passos, cidade onde ele morava.
Ele estava enterrado
em um buraco, à beira de um rio. Foi uma amiga do pai e da madrasta do garoto
que levou os policiais até o corpo de Bernardo. Segundo a polícia, ela também
contou que o menino teria sido morto com uma injeção letal.
A confissão de
Edelvania Wirganovicz levou à prisão da madrasta do menino, a enfermeira
Graciele Boldrini e também do pai.
Graciele e Edelvania
teriam levado Bernardo a Frederico Westphalen de carro e foram multadas por
excesso de velocidade.
"Ela estava
acordada, sentada no banco de trás, atrás do condutor, com o cinto de
segurança. Consciente", disse o policial rodoviário federal, Carlos
Vanderlei da Veiga.
A polícia ainda está
investigando a motivação do crime, mas não tem dúvida do envolvimento do pai e
da madrasta. “Eu não tenho dúvida desse fato. Desde o início eu trabalhei. É a
linha mais forte que nos surgiu. Mas agora nós precisamos o quê? E devido a
isso que é o sigilo, é buscar com certeza o que cada um fez”, explicou a
delegada Caroline Bamberg Machado.
Segundo a delegada,
Bernardo procurou a Justiça no início do ano para reclamar da falta de atenção
em casa. Uma mulher que trabalhou como babá na casa da família por dois anos,
confirma. “Ela sempre afastava ele dela, e agredia com palavras ele”, contou
Helaine Wentz, ex-babá do garoto.
A mãe do menino
morreu há quatro anos. Ela teria se matado no consultório do ex-marido, pai do
garoto. Bernardo será enterrado na quarta-feira (16) ao lado da mãe, em Santa Maria.
FONTE DA MATÉRIA: G1
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/04/me-senti-enganado-diz-juiz-que-manteve-menino-com-o-pai-no-rs.html
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/04/me-senti-enganado-diz-juiz-que-manteve-menino-com-o-pai-no-rs.html
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