domingo, 6 de maio de 2012

QUANTOS ‘RENATOS’ ESTÃO POR AÍ?


Pergunta é do delegado que prendeu homem acusado de matar menina de 6 anos; pais precisam fica atentos.


Titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), o delegado Kléber Granja se dividiu entre duas fortes emoções na semana passada. Ficou abalado por ter encontrado o corpo carbonizado da garotinha Vitória Graziela Fernandes de Lima, 6 anos, que gostaria de achar viva para devolver à família.

Ao mesmo tempo, sentiu satisfação por ter prendido e tirado das ruas um homem que considera perigoso, o assassino confesso Renato Alexandre Cury Martinelli, 36. “Na minha opinião, ele premeditou o crime. Matou intencionalmente”, disse o delegado na quinta-feira, quando Renato ainda estava algemado num pátio da DIG ao lado da sala do policial, prestes a ser levado para a cadeia de Barra Bonita.

A polícia ainda não pode revelar detalhes, mas trabalha com a possibilidade de o acusado ser um pedófilo que se aproximou da comunidade carente do Fortunato Rocha Lima e conquistou a intimidade dos moradores locais.

A suposta tentativa de abuso sexual contra outra criança do bairro é um dos indicadores. Ele dava doces para as crianças e oferecia ajuda aos adultos. Algumas balas foram encontradas no carro, quando os policiais já o tratavam como principal suspeito do crime.

Vitória foi levada por Renato na última segunda-feira, nas proximidades de casa. Brincava na rua com outras crianças. O corpo foi encontrado quarta-feira à noite, num matagal do Jardim Manchester. O acusado bateu a cabeça dela três vezes numa torre de energia elétrica. Depois, queimou a menina. Pela posição em que o corpo estava, em atitude de defesa, com as mãos tentando proteger o rosto, é grande a possibilidade dela ter sido queimada viva e ter percebido a extrema violência. 

“Quantos Renatos estão por aí? São muitos”, analisa o delegado. Em seguida, faz um alerta: pais e mães precisam ter atenção redobrada com seus filhos, mesmo na convivência com pessoas conhecidas. Não podem confiar tanto e deixar os pequenos soltos. Especialistas costumam dizer que é comum o pedófilo ser uma pessoa que inspira confiança e não parece ter o perfil de quem comete crueldade.

Ex-namorado da mãe da vítima, Renato circulava no Fortunato Rocha Lima com seu Ômega azul e, na análise da polícia, se infiltrou na comunidade, onde era conhecido. “Foi construindo a intimidade e liberou os freios, o lado negro dele”, analisa o delegado. De cabeça baixa antes de ser transferido para Barra Bonita, Renato disse ao BOM DIA que está arrependido. O delegado não acredita. “Ele parece um homem que matou e queimou uma criança?”, questionou diante da aparente calma do acusado.

Acusado teria traumas e até medo do escuro

Encontrado perto de um riacho e coberto de lama, numa tentativa de se esconder da polícia, Renato Martinelli demorou para confessar o crime, apesar das evidências. A polícia trabalhou com a técnica de promover o cansaço físico e mental do acusado. Também levantou informações sobre a vida dele enquanto o delegado tomava o depoimento, que só terminou à noite, quando Renato confessou e mostrou onde estava o corpo de Vitória.

O perfil levantado é de um homem de 36 anos que não tinha trabalho fixo, fazia bicos, morava com os pais idosos e conviveu durante anos com problemas de obesidade, que causavam baixa autoestima. Renato chegou a pesar 160 quilos e emagreceu nos últimos quatro anos ao tomar fortes medicamentos.

Também teria medo do escuro e traumas por causa da dificuldade de conviver em relacionamentos amorosos com mulheres.



Um comentário:

  1. Eu estou fazendo a minha parte: http://projetovidadecrianca.blogspot.com
    http://brasileirissima.blogspot.com

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