Na semana em que a
apresentadora Xuxa Meneghel revelou ter sofrido abuso sexual na
infância e na adolescência, o deputado federal Romário chamou a atenção para
uma face ainda mais cruel do problema: o abuso sexual de crianças e
adolescentes com deficiência física ou mental.
“Se as crianças em geral são vulneráveis ao abuso sexual, a
situação é ainda pior quando elas possuem algum tipo de deficiência, física ou
intelectual. Nesses casos, a dificuldade de escapar da agressão ou denunciar o
ocorrido pode ser muito maior”, afirmou o parlamentar em discurso no plenário
nesta quarta-feira, segundo seu site oficial.
Romário, que tem uma filha com síndrome de Down, pretende propor
uma alteração no código civil para tornar crime hediondo o abuso sexual de
menores com deficiência física – atualmente, a lei prevê aumento de penas para
estupro de vulneráveis e pessoas com deficiências mentais. Embora não haja
estatísticas oficiais, é crescente o número de denúncias envolvendo abuso
sexual de pessoas com deficiência.
Incidência de abuso sexual é grande entre pessoas com
deficiência intelectual
Nesta quarta-feira (23/05), investigadores de polícia da
Delegacia Municipal de Paranatinga (373 km ao sul da Cuiabá) prenderam em
flagrante um homem de 60 anos acusado de estuprar uma adolescente de 11 anos
com síndrome de Down. Segundo o delegado da cidade, Vitor Hugo Bruzulato
Teixeira, o suspeito, José Alexandre Bonfate, é amigo da família e aproveitava
o vínculo para cometer o abuso sexual.
A informação é a maior arma para evitar que crianças,
adolescentes e adultos se tornem vítimas deste tipo de crime. Além de denunciar
este tipo de prática, é importante discutir o assunto dentro de casa e educar
as crianças para que entendam desde cedo sobre os riscos aos quais estão
expostas. Estimativas mostram que até 90% de mulheres e 50% dos homens com
deficiência intelectual serão abusadas sexualmente.
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