segunda-feira, 11 de novembro de 2013

'É IMPORTANTE TRABALHAR NA PREVENÇÃO DO ABUSO INFANTIL'



No País com a missão de angariar fundos e firmar parcerias para sua ONG Childhood, rainha Silvia, da Suécia fala sobre a luta contra a exploração de menores e seu carinho pelo Brasil.

Filha de brasileira e alemão, a rainha Silvia, da Suécia, se sente em casa no Brasil. Natural, já que viveu aqui até os 13 anos. No País para temporada de um mês, a nobre se desdobra em uma agenda de compromissos. Maior deles? Buscar parcerias e angariar apoio para o braço brasileiro de sua World Childhood Foundation – ONG que trabalha na prevenção e no combate de abuso sexual infantil.

Segundo dados da Childhood Brasil, de janeiro a abril foram registradas 46.111 denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes – o que representa 35% de aumento em relação ao mesmo período do ano passado. É nesse cenário que ela faz coro à causa: “É importante trabalhar na prevenção”, destacou a rainha, que recebeu a coluna na tarde de sexta-feira, no prédio da Camargo Corrêa. Rosana Camargo de Arruda Botelho, acionista da empresa, é a representante da ONG no Brasil.
Entre os projetos locais está a concretização de uma iniciativa da própria Silvia: a sala de depoimento. “Um lugar que ela possa reconhecer como dela. Tem brinquedos, bonecas… Presente, somente a psicóloga, que faz as perguntas necessárias”, explica. A primeira do Brasil foi instalada no Rio Grande do Sul.

Além do trabalho de filantropia, a rainha aproveitará para visitar seus parentes locais e matar a saudade das frutas brasileiras. Exemplos: “Jabuticaba e manga”. Afável e atenciosa, com um sorriso nos lábios, assegura, antes de terminar a conversa: “Meu coração é brasileiro”.
A seguir, os melhores momentos da entrevista real.

Como a senhora teve a ideia de criar a Childhood?

Foi em 1993, um momento difícil, em que tivemos um caso de pornografia infantil na Suécia. Na época, o caso chocou o país. Entretanto, o assunto era tabu. Ninguém tinha coragem de abordá-lo. Então, quando fui à Unesco, eles me pediram para falar sobre a situação da criança na Suécia, que é bastante boa, mas tem seus problemas. Pensei que, como rainha, poderia chamar a atenção para essas questões.

A senhora sempre teve essa preocupação?

Depois desse caso, senti que deveria falar sobre isso. Naquele tempo tampouco se falava de abuso sexual e pornografia infantil no Brasil.

Qual a essência do trabalho da Childhood?

Chamar a atenção para esse problema. No Brasil e em outros países. Porque os abusos existem em todo lugar e em todas as camadas sociais. Também procuramos ajudar projetos que já existem e necessitam de recursos. Não é fácil, para muitas organizações, conseguir trabalhar nesse setor.

Como a ONG escolhe parcerias e projetos para apoiar?

Atuamos na Suécia, Alemanha, EUA e Brasil. Aqui temos a Childhood Brasil, responsável por escolher os projetos. Recebo as propostas e trabalhamos em cooperação. Este ano, estamos apoiando dez projetos no Brasil e desenvolvendo projetos próprios, de forma contínua. Sempre em parceria com setores empresariais, a Justiça, os setores de turismo e construção civil. Nosso mais novo e importante projeto é a sala de depoimento.

O que é a sala de depoimento?

A situação de uma criança que sofreu abuso é muito difícil. E, às vezes, ela tem de contar essa história muitas vezes, o que é um processo doloroso. Tem de falar para os pais, médicos, policiais, juízes, assistentes sociais… Quando o abuso acontece com um familiar, a dor é ainda maior. Esse trauma é horrível. Essa sala de depoimento é um ambiente feito para a criança. Ela reconhece como dela: tem brinquedos e uma única pessoa – psicóloga – faz as perguntas. Do outro lado da sala – atrás de um vidro, a criança não vê – estão os profissionais que precisam das respostas para dar prosseguimento ao processo.

Tem funcionado?

Muito. Começamos na Suécia. A primeira sala de depoimento no Brasil foi instalada no Rio Grande do Sul. Depois, inaugurei uma no TJ de Recife. O governador, Eduardo Campos, foi muito aberto à ideia. Até o fim do ano serão 100 salas no Brasil. Em São Paulo já são 29.

Abuso de menores é questão interdisciplinar. Envolve assistência social, Justiça, polícia. No Brasil, muitos desses sistemas são frágeis.

Como é o espaço para uma ONG atuar?

É necessário falar sobre o assunto na escola, para trabalhar a prevenção e ajudar a criança em caso de denúncia. É essencial que a criança tenha coragem de denunciar. Porque, em muitos casos, ela é sozinha. A mãe, às vezes, também tem medo de falar, tem medo de que a segurança da família se quebre. Por isso a necessidade de apoio social. Nosso dever é estar junto e ajudar não só as vítimas, mas as pessoas que podem atuar como agentes sociais nesses casos.

Que porcentagem tem coragem de denunciar?

Sabemos que esse número é a ponta do iceberg – há muito mais casos. Mas as denúncias vêm crescendo desde que começamos a trabalhar, o que me deixa feliz. Este ano houve aumento de 35%, comparando com o mesmo período de 2012. Foram 46 mil registros.
A Childhood também tem um projeto que capacita caminhoneiros para serem embaixadores da causa e denunciar.

Como surgiu esse projeto?

A ONG viu o problema e firmou parcerias com as companhias de transporte. Fizeram workshops com caminhoneiros, para que eles se informassem sobre os direitos das crianças. Muitos não pensam que uma menina de 14 anos é uma criança. Por isso temos de falar a respeito. Eles se tornaram embaixadores e denunciam, se preciso.

No Brasil, as adolescentes estão expostas à sexualidade muito cedo. Como fazer um trabalho de prevenção?

A mídia tem seu papel. A criança vê filmes, lê sobre a vida de atores, artistas e, naturalmente, acha que é algo de que deve participar. A mídia deveria estar mais alerta e não fazer tanta propaganda que induza a criança nesse sentido. Porque ela tem o direito de ser criança.

Foi difícil para a senhora captar recursos por aqui?

Não. Todos sabem da gravidade e importância do problema. Aqui temos um grupo de empresários muito ativos, sempre presentes.

O que acha do governo Dilma nessa área?

Hoje foi um dia muito importante, porque o ministro Gilberto Carvalho mostrou preocupação com o problema e disposição para se unir a empresários. O governo faz muitas coisas, mas o Brasil é enorme. Fazer parcerias com as grandes companhias seria um bom caminho.

FONTE: SITE BOA INFORMAÇÃO / SONIA RACY E MARILIA NEUSTEIN


sábado, 9 de novembro de 2013

PEDOFILIA - ARTIGO DE CRISTINA SILVEIRA PARA O PORTAL BH DA MENINADA

ENVIADO POR ANA PORTUGAL


Após ler um anúncio chocante feito pela Associação de Psicologia  Americana (APA) em sua mais recente edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais,  que causou muita revolta entre organizações pró-família e muitos outros, pelo fato de que agora a dita associação está classificando a pedofilia como orientação ou preferência sexual em vez de desordem, resolvi pesquisar um pouco mais sobre o assunto.
O que é Pedofilia? Oficialmente, Pedofilia é o desvio sexual "caracterizado pela atração por crianças, com os quais os portadores dão vazão ao erotismo pela prática de obscenidades ou de atos libidinosos" Essa palavra vem do grego, onde “Pedo” significa criança e “ Filia” significa atração.

Segundo o DSM IV, tal distúrbio pode der identificado, se:

  1. Ao longo de um período mínimo de seis meses, fantasias sexualmente excitantes, recorrentes e intensas, impulsos sexuais ou comportamentos envolvendo atividade sexual com uma (ou mais de uma) criança pré-pubere (geralmente com idade inferior a 13 anos.
  2. As fantasias, os impulsos sexuais ou os comportamentos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional em outras áreas importantes da vida do individuo.
  3. O indivíduo tem no mínimo 16 anos e é pelo menos cinco anos mais velho do que a criança ou crianças no critério A. Nota: Não incluir um indivíduo no final da adolescência envolvido em um relacionamento sexual contínuo com uma criança com 12 ou 13 anos de idade.
  4. Especificar :

a)Atração sexual pelo sexo masculino
b)Atração sexual pelo sexo feminino
c)Atração sexual por ambos os sexos

Especificar se é restrita ao incesto

Especificar se :
a)Tipo exclusivo (atração apenas por crianças)
b) Tipo não exclusivo 

Em aproximadamente 25% dos casos, o pedófilo foi uma criança molestada.  As experiências de violência ou abuso sexual na infância correlacionam-se a perturbações psicológicas e comportamentais na vida adulta, especificamente sendo identificada a associação entre o abuso sexual de crianças e os distúrbios psiquiátricos como transtorno de estresse pós-traumático, transtornos do humor e transtornos psicóticos.
O pedófilo geralmente busca a companhia e a amizade de crianças a de adultos, procurando ser muito gentil e tenta agrada-las demasiadamente. Normalmente buscam ficar sempre perto delas e fotografa-las, presenteando-as sempre.
Para a maioria desses criminosos o planejamento se inicia horas, dias ou até meses antes da ação. Apesar de compreenderem que estão agindo fora da lei, racionalizam seu comportamento, convencendo-se de que não estão cometendo nenhum crime e de que seu comportamento é aceitável. O molestador de crianças convence a si mesmo de que a criança quer se relacionar sexualmente com ele, projetando nela os pensamentos e sentimentos que ele quer que ela tenha sobre ele. Ele interpreta a reação humana da vítima aos seus atos preparatórios e manipulatórios como resposta positiva aos seus desejos sexuais e se convence de que seu comportamento abusivo não causa estragos nem é prejudicial à criança.
Um importante aspecto associado aos molestadores de crianças é a psicopatia. A presença de psicopatia em pedófilos colabora para a expressão de insensibilidade afetiva, diminuição da capacidade empática e elevado comportamento antissocial. Vários estudos têm demonstrado que criminosos psicopatas apresentam histórico de violência gratuita, com atos extremos de violência, como sadismo, crueldade e brutalidade. O que vai caracterizar o pedófilo ou molestador com psicopatia é a manifestação de evidente crueldade na conduta sexual, centrada e modulada pela postura de indiferença à ideia do mal que comete, não expressando emoções quanto ao desvio nem ao fato de que o seu comportamento produz sofrimento. Sugere-se que esse tipo de agressor sexual experimenta o prazer não mais com o sexo, e sim com o sofrimento de sua vítima. 
A dificuldade no controle da compulsão se apresenta como o fator de maior vulnerabilidade para a ocorrência de condutas criminosas. Altos níveis de testosterona, incapacidade em manter relação conjugal estável, traumatismo crânio-encefálico, retardo mental, psicoses, abuso de álcool e substâncias psicoativas, reincidência de crimes sexuais e transtornos da personalidade são outros fatores conhecidos de vulnerabilidade para as condutas sexuais criminosas.
Acredita-se que a passagem da fantasia para a ação no caso dos pedófilos ocorre com maior frequência quando o indivíduo é exposto a estresse intenso, situações nas quais haja grande pressão psíquica, como discussão conjugal importante, demissão, aposentadoria compulsória etc.
Nesse caso, quando envolvidos com atos ilícitos, a expressão do comportamento criminoso dos pedófilos permite diferenciá-los em dois tipos: os abusadores e os molestadores. Os abusadores caracterizam-se principalmente por atitudes mais sutis e discretas no abuso sexual, geralmente se utilizando de carícias, visto que em muitas situações a vítima não se vê violentada. Já os molestadores são mais invasivos, menos discretos e geralmente consumam o ato sexual contra a criança.
Resumindo.... os pedófilos são pessoas frias, insensíveis ao sofrimento da criança, com traços psicopatas. Portanto, as crianças estarão COMPLETAMENTE indefesas se ficarem a mercê desse doente mental e cruel. A crueldade é tamanha, que  muitas  vezes ela é levada a acreditar, que foi culpada pelo abuso praticado pelo criminoso.
Portanto, famílias, pais, responsáveis, professores e todos os adultos que se sentirem responsáveis pela proteção da Infância, se atentem! Protejam nossas crianças e participem desse processo!
Cristina Silveira é psicanalista, psicopedagoga e educadora,
especialista em neuropsicopedagogia, arte-terapia e psicologia do trabalho. Tem formação em educação inclusiva (TDAH, autismo, Síndrome de Down) e atualização em artes plásticas e saúde mental. Idealizadora do Movimento Resgatando a Infância.


terça-feira, 5 de novembro de 2013

ONG CRIA 'MENINA VIRTUAL' E IDENTIFICA MAIS DE MIL SUSPEITOS DE PEDOFILIA

'Predadores' queriam pagar para 'Sweetie' realizar atos sexuais online.
Denúncia foi encaminhada à Interpol e a outras autoridades, diz entidade.


A ONG Terra de Homens anunciou nesta segunda-feira (4) que se fez passar por uma menina filipina virtual de 10 anos e assim identificou mais de 1.000 "predadores sexuais" dispostos a pagar para vê-la em atos sexuais por câmera.
"Criamos uma menina virtual de 10 anos, uma filipina", declarou o diretor da seção holandesa da Terra de Homens, Albert Jaap van Santbrink, em uma coletiva de imprensa em Haia, informando que dezenas de milhares de pedófilos entraram em contato com a menina virtual, batizada de Sweetie, em particular em chats públicos.

"Estavam dispostos a pagar a Sweetie para que realizasse atos sexuais em sua webcam", disse.

Entre estes predadores, mais de 1.000 foram identificados facilmente em 65 países diferentes. A ONG conseguiu descobrir seus endereços, números de telefone e fotos e transmitiu suas identidades às autoridades competentes, em particular à Interpol.

"Já que tudo isso ocorre na internet, pensam que ninguém os observa, razão pela qual foi mais fácil reunir informações sobre estas pessoas", declarou Hans Guyt, responsável pelo projeto.

A ONG deseja sensibilizar a opinião pública e as autoridades para o fenômeno da prostituição infantil na internet e está indignada pelo baixo número de pessoas detidas pelo que a ONG classifica de 'turismo sexual por webcam'. Segundo a ONG, 6 criminosos foram presos nos últimos anos.

Van Santbrink sustenta que se a Terra de Homens conseguiu identificar mais de 1.000 predadores, as autoridades do mundo inteiro deveriam poder identificar muitos outros.

"Com mais recursos teríamos podido identificar facilmente 10.000", exclama Guyt.

A Terra de Homens, que realizou uma petição mundial, explicou que informou sua forma de operar às autoridades de diferentes países, em particular a forma como o perfil e a foto da menina foram criados, além de ter esclarecido como se conectou a chats para fazer os predadores caírem na armadilha.

A ONG também afirmou, com números da ONU, que, em qualquer momento, 750 mil predadores pedófilos estão online na internet.

FONTE: G1


sábado, 2 de novembro de 2013

PSICANALISTA DIZ QUE APA NÃO MODIFICOU CLASSIFICAÇÃO DE PEDOFILIA


O Psicanalista, Psicólogo e Psicopedagogo Eliseu de Oliveira Neto refutou as informações de que a American Psychiatric Association (APA) em sua mais recente edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais classifica a pedofilia como uma orientação sexual em vez de um distúrbio.

Segundo ele, houve um erro na versão impressa ao caracterizar a pedofilia no DMS-5, que é o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, usado como referência mundial na psiquiatria para diagnosticar transtornos através de sintomas. 

Segundo nota oficial divulgada pela APA, o critério para diagnóstico da doença continua o mesmo usado na versão anterior da publicação, DSM-4 e a única mudança real é de nomenclatura. O livro passou a usar o termo “transtorno pedofílico” ao invés de “pedofilia”, o que foi na realidade um avanço, já que considera agora que o indivíduo pode “estar pedófilo”, mas que com o devido tratamento pode aprender a controlar seus impulsos.

Ainda segundo a nota da APA, “orientação sexual” não é um termo usado no diagnóstico do transtorno pedofílico e o texto deveria ter saído como “interesse sexual”, já que a associação considera a doença como uma “parafilia” e não uma “orientação sexual”. 

Leia abaixo texto de Eliseu Neto na íntegra.

Pedofilia, histeria e mais mentiras de religiosos e homofóbicos para agredir os gays

Por Eliseu de Oliveira Neto - Como sempre, a revista Veja sendo leniente com a utilização de baixarias para ganhar ibope entre puritanos. Fico feliz de já ter cancelado minha assinatura desta publicação desde o episódio do editorial que misturava gays com cabras e espinafre no ano passado.

Dessa vez, li no site de Veja um texto agressivo comentando o “fato” de pedofilia ser uma orientação sexual, no qual o colunista Rodrigo Constantino usa como fonte um site religioso (que inclusive ontem mesmo já DESMENTIU a veracidade da informação) para vociferar todo o seu preconceito e ignorância. Rodrigo até agora não se retratou. 

A confusão toda começou por causa de um ERRO ao caracterizar a pedofilia nas versões impressa e online do DMS-5, que é o manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (ou simplesmente “manual de transtornos mentais”), usado como referência mundial na psiquiatria para diagnosticar transtornos através de sintomas. 

A edição foi lançada em maio deste ano pela Associação Psiquiátrica Americana (American Psychiatric Association, APA), mas a polêmica começou nos Estados Unidos apenas há cerca de uma semana, quando um blog chamado NeonTommy da Universidade da Califórnia do Sul descobriu a palavra “orientação” no texto  e não imaginou que se tratava de um erro (e obviamente também não pensou em checar com a própria APA antes de começar a gritaria).

É importante mencionar que, no dia de ontem, 31 de outubro de 2013, quando a repercussão ganhou corpo no Brasil, tive acesso apenas à versão online do manual. Esta já tinha sido corrigida ontem mesmo pela APA para retirar o termo errôneo; razão pela qual não achei tal palavra (“orientação”) no documento.

Segundo nota oficial divulgada pela APA também ontem, o critério para diagnóstico da doença continua o MESMO usado na versão anterior da publicação, DSM-4. A única mudança REAL que aconteceu continua sendo, portanto, a de nomenclatura. O livro passou a usar o termo “transtorno pedofílico” ao invés de “pedofilia”, o que foi na realidade um avanço, já que considera agora que o indivíduo pode “estar pedófilo”, mas que com o devido tratamento pode aprender a controlar seus impulsos.

É simplesmente a psiquiatria “descobrindo a pólvora”.  A psicanálise já entende há mais de cem anos que existe a “estrutura perversa” e o “neurótico” (todos nós) que pode (ou não) cometer essas perversões. A psiquiatria entender que existe uma diferença, e que alguns podem e devem passar por tratamento, é algo que deve ser comemorado e não temido.

Ainda segundo a nota da APA, “orientação sexual” não é um termo usado no diagnóstico do transtorno pedofílico e o texto deveria ter saído como “interesse sexual”, já que a associação considera a doença como uma “parafilia” e não uma “orientação sexual”. 

A associação complementa dizendo que permanece firme junto aos esforços para penalizar criminalmente aqueles que abusam e exploram crianças e adolescentes; e que também dá apoio ao contínuo estudo para o desenvolvimento de tratamentos para quem sofre do transtorno, na esperança de impedir futuros atos de abuso.

A verdadeira histeria coletiva que se instaurou a partir da republicação indiscriminada da confusão por sites religiosos pode ser resumida no comentário de um leitor na página do próprio site que foi usado como referência pelo colunista de Veja, quando (o site) fez seu ‘mea-culpa’ e admitiu que estava errado em suas afirmações iniciais: “Vocês estão pegando a linguagem científica e a distorcendo para associar pedofilia com os gays e isso é uma mentira ofensivamente barulhenta”. 

Para acalmar ainda mais os ânimos, prestem atenção no seguinte: o tal site religioso “Charisma News” (esse mesmo que já se retratou), citado por Rodrigo Constantino em seu blog, usou por sua vez como base para suas alegações informações vindas (logo de quem) da Associação Familiar Americana (American Family Association ou AFA), uma associação ultra-homofóbica dos Estados Unidos.

Para resumir: sexo com crianças continua sendo crime, como sempre foi; e um transtorno sexual é algo que deve ser combatido legal e psicologicamente. 

Mas não tem ABSOLUTAMENTE NADA A VER com orientação sexual.

 Eliseu de Oliveira Neto é Psicanalista, Psicólogo, Psicopedagogo e Professor de Pós-graduação e Gestor de Carreiras.

FONTE: PORTAL BRASILIA EM PAUTA


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

EM RORAIMA, 80 CASOS DE ESTUPRO DE MENORES SÃO REGISTRADOS EM 6 MESES

Dados da Sesp apontam que são quase dois casos a cada dois dias.
Conselheiro tutelar acredita que cresceu número de denúncias no estado.


Apenas no primeiro semestre de 2013, foram registrados 872 casos contra crianças e adolescentes em Roraima. Destes, 143 são ocorrências contra a dignidade e liberdade sexual, que correspondem a assédio sexual, estupro, tentativa de estupro, corrupção de menores, favorecimento da prostituição e outros.


Os dados do Setor de Estatística e Análise Criminal (Seac) da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) apontam que, somente nos primeiros seis meses do ano, 80 casos de estupro e seis tentativas foram registrados no estado. São quase dois estupros a cada dois dias em Roraima.

Os números podem ser ainda maiores, visto que as ocorrências recentes não estão incluídas nas estatísticas. O setor ainda não possui os números de casos registrados nos últimos quatro meses deste ano.


Na noite dessa terça-feira (22), outro caso foi registrado. Um homem foi detido suspeito de tentar estuprar sua enteada de dez anos, em uma casa no bairro Cinturão Verde. A mãe da criança ainda teria sido agredida ao questionar o suspeito sobre o ato.

Em 2012, chegaram ao conhecimento das autoridades 178 casos de estupro e 47 tentativas do tipo de crime. Ao todo, foram registrados 2.579 casos contra crianças e adolescentes durante o ano passado, sendo 265 contra a dignidade e liberdade sexual de menores de idade.

Para o conselheiro tutelar Elilson Souza, não cresceu o número de ocorrências contra crianças e adolescentes, e sim a conscientização da população em buscar os órgãos competentes para denunciar os casos.

"Aumentou a confiança da população nos órgãos de segurança e de proteção do estado. A gente vem trabalhando muito nisso, para dar garantia aos denunciantes de que sua identidade será mantida em sigilo. Precisamos mostrar à população que terá segurança para denunciar", destaca.

Com a reformulação do Código Penal, em 2009, os crimes contra a dignidade sexual passaram a ser tratados de forma mais rigorosa, o que também teve reflexo nas estatísticas. Qualquer tipo de contato sexual com crianças e adolescentes, mesmo sem conjunção carnal, passou a ser considerado estupro.

"Antes disso, precisaria que a pessoa cometesse a penetração. Atualmente, só a carícia em alguma genitália da criança ou adolescente é considerado estupro de vulnerável. É importante que a população tenha isso em mente e não se envolva com menores de idade. Eles são seres em desenvolvimento, não estão com o corpo formado ainda", salienta Souza.

Sobre os abusadores, ele destaca que geralmente são pessoas do convívio da criança ou adolescente. "Em cerca de 90% dos casos a pessoa tem alguma afetividade ou envolvimento com a família da vítima, ou é até um própio parente da criança. O difícil é identificar, pois o pedófilo geralmente não tem perfil característico. Ele é uma pessoa que tem a confiança da família", relata.

Por isso, o conselheiro tutelar orienta a família a ficar alerta às mudanças que a criança vítima de algum abuso pode vir a apresentar. Ela passa a se retrair, a não querer mais brincar e há uma queda no rendimento escolar da vítima. "São sinais que a família tem que aprender a detectar. Com o abuso sexual, geralmente vem a ameaça, o que retrai a criança", comenta.

FONTE: G1 RORAIMA


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O PEDÓFILO QUE CARLITOS ESCONDEU


Carlitos é tão imenso, tão universal, que engolfou Chaplin. Quem é Carlitos? Quem é Chaplin? Carlitos e Charles (Charlie) Spencer Chaplin (1889-1977) se tornaram, com o tempo, uma só pessoa. O personagem se tornou indivíduo e o indivíduo se tornou personagem. Um mito do século 20 que certamente migrará para os próximos séculos. Um ator e diretor admirável, praticamente incomparável. Mas o homem que dizia “amo as mulheres, mas não as admiro” é conhecido apenas dos que apreciam biografias, algumas não raro tediosas e exageradas. Para conhecer a vida e a obra, em sua diversidade, é fundamental ler “Chaplin — Uma Biografia Definitiva” (Editora Novo Século, 792 páginas), de David Robinson. Há uma apresentação nuançada das contradições do artista-indivíduo. “Charlie Chaplin” (Zahar, 120 páginas), de André Bazin, é um clássico. Como vou me ater exclusivamente sobre um aspecto às vezes negligenciado da vida do rei do entretenimento de qualidade, o sexual, cito apenas “A Vida Íntima Sexual de Gente Famosa” (Record, 521 páginas, tradução de Vera Mary Whately), de Irving Wallace, Amy Wallace, David Wallechinsky e Sylvia Wallace. Sensacionalista? Sim, mas com histórias confirmadas pelos livros ditos sérios. A obra não diminui o artista, mas torna o homem mais “mortal”, quer dizer, menos “angelical”. Porque Carlitos aproxima Chaplin de um querubim.

...

Homem de energia invulgar, tanto artística quanto física, Chaplin batizou seu pênis de “oitava maravilha do mundo” — devido ao tamanho “avantajado”. “Chaplin gostava mais do que qualquer outra coisa de deflorar uma meninota virgem”, nota Irving Wallace. “A forma mais bonita da natureza humana é a menina bem mocinha começando a desabrochar”, disse, nada politicamente correto para os tempos atuais.

Chaplin tinha o hábito de acolher meninas em seu estúdio. A primeira da lista, Mildred Harris, tinha 14 anos, em 1916, quando entrou para o círculo íntimo do diretor. Chaplin prometeu que a garota seria estrela de um filme, mas, quando ela disse que estava grávida, o diretor não gostou. Sob pressão da mãe de Mildred, teve de se casar, em 1918. “A gravidez de Mildred era alarme falso.” Mais tarde, tiveram um filho, com deficiência física, que viveu apenas três dias. O ator e a alpinista social se divorciaram em 1920.

Irving Wallace conta que, para atrair garotas, Chaplin contratava “artistazinhas” para dublar a atriz principal, “tanto em cena como na cama”. Lita Gray chamou a atenção do diretor quando tinha somente 6 anos. Aos 12 anos, andava pelo estúdio de Chaplin “sob os olhares amorosos do seu diretor dominador. (…) Em 1923, durante a filmagem de ‘Em Busca do Ouro’, tentou violentá-la no quarto de hotel que ela ocupava. ‘Ele beijou minha boca e meu pescoço e seus dedos voaram para o meu corpo apavorado’, escreveu Lita”. Mas Chaplin não era um Casanova que desistia. Depois de muito insistir, “tirou a virgindade de Lita”, na sauna de sua casa. “Chaplin era muito consciente de seu charme sexual. Uma vez, quando Lita comentou que ele podia provavelmente ter qualquer uma de cem meninas em dois minutos, Chaplin corrigiu-a rapidamente. ‘Cem, não’, disse ele, ‘mil’.” Como o diretor não usava preservativos, pois achava-os “repelentes”, Lita, de 16 anos, ficou grávida. Chaplin tinha 35 anos.

Ao ser informado por Lita da gravidez, Chaplin sugeriu que abortasse. Lita rejeitou a proposta e não quis 20 mil dólares para se casar com outro homem. “Ameaçado por um processo de paternidade e acusação de estupro, Chaplin concordou em se casar. Na viagem do México a Los Angeles, depois do casamento, em 24 de dezembro de 1924, ele sugeriu à sua mulher grávida que se suicidasse, atirando-se pela janela do trem. Ainda assim, apesar de sua hostilidade, Chaplin conseguia separar o sexo da afeição, declarando que podia fazer amor com Lita embora a detestasse”, revela Irving Wallace. Em 1926 — bem antes, portanto, das investigações implacáveis do FBI de Edgar J. Hoover e do macarthismo —, Lita, então com dois filhos de Chaplin, pediu divórcio. Na ação — cópias eram vendidas nas ruas —, Lita dizia (é sua versão, mas crível) que “Chaplin teve nada menos do que cinco amantes durante os dois anos de casado; ameaçou-a com um revólver carregado mais de uma vez; quis tentar um ‘ménage à trois’, e demonstrou grande desejo em fazer amor em frente a uma plateia”. Lita também se recusava a fazer sexo oral em Chaplin, o que o deixava irritado.

...

Em seguida, quando seus filhos assediavam Oona O’Neill (1925-1991), filha do dramaturgo Eugene O’Neill, Chaplin, sempre atento às meninas novas, cantou-a e prometeu-lhe casamento. Levou a melhor. Oona tinha 17 anos. Eles se casaram em 1943. Foram felizes, dizem as biografias. Aos 54 anos, Chaplin parecia sossegado, ainda que existam suspeitas de que tenha mantido algumas amantes. Mas sua vida, pouco a pouco, foi deixando de ser escandalosa e os tabloides perderam o precioso maná.
Mesmo se relacionando com a equilibrada Oona, Chapin continuava “perseguido” por Joan Barry, que, além de um processo de paternidade, exigia uma polpuda pensão. Chaplin deu-lhe dinheiro e, por isso, acabou indiciado pelo governo. No julgamento, um verdadeiro circo, o advogado de Joan disse que Chaplin era “um nanico de Svengali” e “um homem desprezível e libidinoso”. Talvez seja uma síntese do Chaplin que se esconde na pele do “romântico” Carlitos, mas, claro, há também um evidente exagero, porque o ator-diretor, como criador, era muito mais do que disse o advogado. Como um exame mostrou, a criança não era filha do famoso diretor. Na verdade, Joan e o advogado queriam arrancar dinheiro do milionário Chaplin, o Pelé do cinema. Para chocar a plateia, e para forçar Chaplin a negociar, o advogado chegou a dizer que, sexualmente, o artista era impotente. Aos 55 anos, sem qualquer receio, Chaplin disse que “ainda era bastante potente sexualmente”. Irving Wallace declara que, embora absolvido e não fosse o pai da criança, “foi obrigado a pagar pensão”.

FONTE: REVISTA BULA

MENINAS FAZEM FUNK CONTRA A PEDOFILIA; ‘TEM TIO OLHANDO POR TODO O LUGAR’


Lembra do Bonde das Maravilhas, que era a nova sensação? Um grupo de meninas resolveu se reunir e tiveram uma ideia bem parecida, mas nada dos versos com conotação sexual. Kerolin, Derbinha, Natália, Cristiane, Vitória e Lurdinha fizeram uma música contra as olhadas indiscretas dos homens mais velhos.

Na descrição do clipe de "Tem tio olhando por todo o lugar", as Meninas PP (Pureza Pura), como o grupo de denimona, explicam “que querem ser olhadas como MENINAS e não como OBJETOS!”.

Assim como na música do Bonde das Maravilhas, as elas se apresentam (com bem mais roupa que no caso do grupo de funk de Niterói). Cada uma diz que os pais explicaram que elas ainda não têm idade para namorar, então... Kerolin, de 12 anos, só pode dançar. Derbinha, de 11 anos, só pode desenhar. Natália, de 13 anos, só pode estudar. Cristiane, de 12 anos, só pratica esportes. Vitória, de 12 anos, só pode brincar. Já Lurdinha, de 12 anos, não pode ficar por aí porque ela é para casar.

Depois de reclamarem das cantadas e das olhadas, as meninas ficam mais incisivas. Se o tiozão continuar olhando elas vão contar para as mães: “Se tu mexer/Atrás das grades vai ficar”.

FONTE: JORNAL EXTRA

http://extra.globo.com/tv-e-lazer/musica/meninas-fazem-funk-contra-pedofilia-ouca-tem-tio-olhando-por-todo-lugar-10357872.html