quinta-feira, 24 de outubro de 2013

EM RORAIMA, 80 CASOS DE ESTUPRO DE MENORES SÃO REGISTRADOS EM 6 MESES

Dados da Sesp apontam que são quase dois casos a cada dois dias.
Conselheiro tutelar acredita que cresceu número de denúncias no estado.


Apenas no primeiro semestre de 2013, foram registrados 872 casos contra crianças e adolescentes em Roraima. Destes, 143 são ocorrências contra a dignidade e liberdade sexual, que correspondem a assédio sexual, estupro, tentativa de estupro, corrupção de menores, favorecimento da prostituição e outros.


Os dados do Setor de Estatística e Análise Criminal (Seac) da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) apontam que, somente nos primeiros seis meses do ano, 80 casos de estupro e seis tentativas foram registrados no estado. São quase dois estupros a cada dois dias em Roraima.

Os números podem ser ainda maiores, visto que as ocorrências recentes não estão incluídas nas estatísticas. O setor ainda não possui os números de casos registrados nos últimos quatro meses deste ano.


Na noite dessa terça-feira (22), outro caso foi registrado. Um homem foi detido suspeito de tentar estuprar sua enteada de dez anos, em uma casa no bairro Cinturão Verde. A mãe da criança ainda teria sido agredida ao questionar o suspeito sobre o ato.

Em 2012, chegaram ao conhecimento das autoridades 178 casos de estupro e 47 tentativas do tipo de crime. Ao todo, foram registrados 2.579 casos contra crianças e adolescentes durante o ano passado, sendo 265 contra a dignidade e liberdade sexual de menores de idade.

Para o conselheiro tutelar Elilson Souza, não cresceu o número de ocorrências contra crianças e adolescentes, e sim a conscientização da população em buscar os órgãos competentes para denunciar os casos.

"Aumentou a confiança da população nos órgãos de segurança e de proteção do estado. A gente vem trabalhando muito nisso, para dar garantia aos denunciantes de que sua identidade será mantida em sigilo. Precisamos mostrar à população que terá segurança para denunciar", destaca.

Com a reformulação do Código Penal, em 2009, os crimes contra a dignidade sexual passaram a ser tratados de forma mais rigorosa, o que também teve reflexo nas estatísticas. Qualquer tipo de contato sexual com crianças e adolescentes, mesmo sem conjunção carnal, passou a ser considerado estupro.

"Antes disso, precisaria que a pessoa cometesse a penetração. Atualmente, só a carícia em alguma genitália da criança ou adolescente é considerado estupro de vulnerável. É importante que a população tenha isso em mente e não se envolva com menores de idade. Eles são seres em desenvolvimento, não estão com o corpo formado ainda", salienta Souza.

Sobre os abusadores, ele destaca que geralmente são pessoas do convívio da criança ou adolescente. "Em cerca de 90% dos casos a pessoa tem alguma afetividade ou envolvimento com a família da vítima, ou é até um própio parente da criança. O difícil é identificar, pois o pedófilo geralmente não tem perfil característico. Ele é uma pessoa que tem a confiança da família", relata.

Por isso, o conselheiro tutelar orienta a família a ficar alerta às mudanças que a criança vítima de algum abuso pode vir a apresentar. Ela passa a se retrair, a não querer mais brincar e há uma queda no rendimento escolar da vítima. "São sinais que a família tem que aprender a detectar. Com o abuso sexual, geralmente vem a ameaça, o que retrai a criança", comenta.

FONTE: G1 RORAIMA


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