sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

RECENTES ACUSAÇÕES DE PEDOFILIA EM HOLLYWOOD SÃO APENAS A PONTA DO ICEBERG: CONFISSÕES DE EX-ATORES MIRINS


Allison Arngrim, na época em que atuava em 
“Os Pioneiros”

6 de dezembro de 2011 (Notícias Pró-Família) — Depois que uma série de revelações de abuso sexual de crianças atingiu Hollywood no mês passado, especialistas e pessoas que foram atores quando eram crianças dizem que as ofensivas policiais só arranham a superfície do que há muito tempo tem sido o segredo mais sombrio da indústria do entretenimento.

Reportagem da Fox News de segunda-feira disse que pessoas que foram estrelas quando eram crianças, abrangendo várias décadas — uma delas que está com mais de 60 anos —, reagiram com prudência e preocupação ao verem acusações de abuso sexual sendo feitas ou descobertas contra três funcionários de Hollywood: Martin Weiss, um homem de 47 que trabalhava como agente empresarial em Hollywood representando atores mirins; Fernando Rivas, de 59 anos, um compositor premiado do programa educativo infantil “Vila Sésamo”; e o criminoso sexual registrado Jason James Murphy, de 35 anos, um agente de distribuição de papéis que frequentemente trabalhava com atores crianças.

Em agosto, Corey Feldman, que foi ator infantil na década de 1980, disse para o programa “Nightline” da ABC que os pedófilos faziam cerco às crianças atores em Hollywood “como abutres”.

“Posso lhe dizer que o problema número 1 de Hollywood era, e é, e sempre será a pedofilia”, disse Feldman. “Havia um círculo de homens mais velhos que ficava ao redor desse grupo de crianças, e eles tinham seu próprio poder ou conexões de grande poder na indústria do entretenimento”.

Alison Arngrim, atriz que quando criança trabalhou em “Little House on the Prairie” (Os Pioneiros), recentemente concordou.

“Esse problema vem ocorrendo há um longo tempo”, Alison disse para a Fox News. “Havia boatos anos atrás, na década de 1980. As pessoas diziam: ‘Oh, sim, os Coreys, todo mundo ficou com eles’. As pessoas falavam sobre isso como se não fosse importante”. Alison se referia a Feldman e outro ator que trabalhava com ele em “The Lost Boys” (Os Garotos Perdidos), Corey Haim, um viciado em drogas que morreu no ano passado, uma morte que Feldman culpou no sofrimento psicológico provocado pelo abuso sexual.

“Eu ouvi literalmente que eles eram ‘passados de mão em mão’”, Alison disse. “O boato era que eles eram drogados e estavam sendo usados para sexo. Foi horrendo — eles eram crianças, não tinham ainda 18 anos. Havia todos os tipos de boatos acerca de todos, desde ‘os que guardavam os locais das filmagens’ até outros funcionários em posições menos elevadas de que essas duas crianças vinham sendo abusadas sexualmente e estavam sendo totalmente corrompidas de todas as formas possíveis”.
Alison faz agora parte da diretoria e é a porta-voz nacional de Protect.org, uma organização que defende as crianças.

Paul Peterson, de 66 anos, ator do programa “The Donna Reed Show”, um seriado cômico de TV muito popular nas décadas de 1950 e 60, e presidente de A Minor Consideration, disse que até mesmo numa época aparentemente mais inocente, Hollywood já era uma grave ameaça às crianças.

“Quando assisti à entrevista, uma séria inteira de nomes e faces da minha memória foi aparecendo em minha cabeça”, disse Peterson, se referindo aos comentários de Feldman.

A Dra. Jenn Berman, psicoterapeuta que tem consultório em Beverly Hills, disse que Hollywood atrai os pedófilos “porque as crianças ali podem ser vulneráveis e menos supervisionadas”. “As crianças naturalmente gostam de muita atenção, e quando colocamos uma criança num local de filmagem que não tem supervisão e elas recebem atenção de alguém que tem muito poder, isso cria uma vulnerabilidade para uma situação muito perigosa”.

Alison disse que o problema é extremamente difícil de expor graças à natureza lucrativa de Hollywood. “Ninguém quer parar o trem da alegria”, diz Alison. “Se um ator mirim está sendo abusado sexualmente por alguém do programa de TV, a família, os empresários ou agentes — as pessoas que estão ganhando dinheiro com isso — vão dizer ‘Sim, vamos levar esse caso à polícia’? Não, porque isso vai dar uma parada no programa inteiro, fazendo cessar todos os pagamentos. Por isso, existe uma pressão ali para todo mundo não abrir a boca”.

Peterson elogiou Feldman por romper o silêncio na entrevista histórica, uma decisão que ele chamou de “muito corajosa”.

“Seria realmente maravilhoso se suas declarações atravessassem as camadas protetoras e identificassem as pessoas reais que são parte de uma rede mundial de pornografia infantil, pois é imensa e não respeita fronteiras, assim como não respeita a idade das crianças envolvidas”, disse ele.

Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com



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