Adolescentes
que sofreram algum tipo de abuso físico ou psicológico, ou foram negligenciados
pelos pais, podem ter problemas sérios relacionados à má-formação do cérebro.
As áreas afetadas podem diferir nos meninos e meninas, e isso também depende da idade em que ocorrerem os maus tratos, nível de exposição a esses eventos e também se a violência foi física ou psicológica.
O estudo, feito pela
Faculdade de Medicina de Yale, nos EUA, foi publicado no periódico Archives of Pediatric Adolescent Medicine e acompanhou 42
adolescentes com histórico de abusos paternos. Esses indivíduos mostraram que
os maus tratos podem influenciar até mesmo no volume da massa encefálica.
Nenhum deles, entretanto, apresentava problemas de transtornos mentais ou
outros problemas neurológicos.
“Esses adolescentes
podem não terem sido diagnosticados para nenhum problema de saúde, mas agora há
evidências físicas de que a violência familiar pode impactar o organismo nessa
intensidade”, diz Hillary Blumberg, principal autora do estudo. “Talvez essas
alterações possam explicar outros problemas que se desenvolvem com o passar da
idade, como pior engajamento nos estudos e a maior vulnerabilidade à depressão
e transtornos do comportamento.”
Impacto diferente nos dois sexos
A redução da matéria
cinza do cérebro foi observada em todos os adolescentes. Aqueles em que o
histórico de saúde apontava para violência psicológica também apresentaram as
áreas do cérebro relacionadas com a regulação da emoção mais afetadas.
Além disso, nos
meninos, as áreas que controlavam o impulso foram afetadas mais intensamente do
que nas meninas. Entre elas, as áreas relacionadas com a depressão se
desenvolveram menos.
Os pesquisadores,
entretanto, dizem que os déficits observados provavelmente não são permanentes.
“Nos adolescentes, o cérebro têm uma grande plasticidade, um termo que define a
facilidade do cérebro em rearranjar as funções de forma natural e se adaptar.
Por isso, é importante saber quando há violência doméstica e ajudá-los o mais
rápido possível”, finaliza Blumberg.
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com informações da Archives of Pediatric Adolescent Medicine
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