Especialistas atribuem parte da
elevação ao crescimento da violência.
Em 85% dos casos, vítimas são meninas e agressores, pessoas próximas.
Em 85% dos casos, vítimas são meninas e agressores, pessoas próximas.
Aumentam as ocorrências de agressão e abuso sexual de menores em
Goiânia, entre os meses de janeiro e outubro de 2011 em relação ao mesmo
período de 2010. A informação é da Delegacia de Proteção à Criança e ao
Adolescente (DPCA), que revela que o número dos boletins de ocorrência saltou
de 292 para 641. Isso significa que o aumento foi de 119% nos primeiros 10
meses de 2011. Também foi observado um acréscimo de 41% nos boletins de
ocorrência específicos sobre abuso sexual, que passou de 95 para 134, entre 2010
e 2011.
A quantidade de
denúncias de violência contra crianças também impressiona. Foram 695 de janeiro
a outubro do ano passado e já são 588 no mesmo período de 2011. Foi observada
uma elevação de 50% nas denúncias específicas sobre abuso sexual, que de 175
subiu para 263.
Para a titular da DPCA, Ana Elisa Gomes, dois fatores têm contribuído para o aumento das estatísticas. “O próprio desenvolvimento social, o número do aumento de divórcios e famílias desfeitas. Mães que procuram outros companheiros, então essas crianças acabam sendo submetidas ao convívio com outras pessoas. Enfim, são realidades que criam situações e oportunidades para que os abusos aconteçam”, relata.
Para a titular da DPCA, Ana Elisa Gomes, dois fatores têm contribuído para o aumento das estatísticas. “O próprio desenvolvimento social, o número do aumento de divórcios e famílias desfeitas. Mães que procuram outros companheiros, então essas crianças acabam sendo submetidas ao convívio com outras pessoas. Enfim, são realidades que criam situações e oportunidades para que os abusos aconteçam”, relata.
Ana Elisa ressalta também que há outro
aspecto: “As pessoas contam mais com o trabalho da Polícia Civil e acabam nos
procurando mais e fazendo mais denúncias”, observa.
Pais e padrastos
Em 85% dos casos de abuso sexual, as vítimas são meninas e os agressores, pessoas próximas como o pai, padrasto e até o companheiro das avós. Com a proximidade, a família nem desconfia do agressor, que costuma agir dentro da própria casa.
Em 85% dos casos de abuso sexual, as vítimas são meninas e os agressores, pessoas próximas como o pai, padrasto e até o companheiro das avós. Com a proximidade, a família nem desconfia do agressor, que costuma agir dentro da própria casa.
Segundo a psicóloga Valquíria Valadão,
que cuida de crianças e adolescentes que sofrem agressão, seja ela física,
moral, psicológica ou sexual, os abusos deixam marcas difíceis de serem
apagadas. “Realmente, quando a criança atinge a fase adulta ela tem uma
predisposição a ter algum tipo de transtorno ou uma depressão, mas ela consegue
viver o dia a dia, consegue trabalhar, estudar e se desenvolver”.
Especialistas afirmam que ficar sempre
atento a alguns sinais pode ajudar os pais a descobrir possíveis agressões. A
delegada Ana Elisa diz que é sempre bom observar se houve alguma mudança de
comportamento, se a criança passou a temer algum local, ou alguma pessoa, que
antes não eram vistos dessa forma. “Em alguns casos eles passam a ter
pesadelos, mudam o apetite ou o rendimento escolar. Isso deve sim ser observado
com mais preocupação”, orienta.
Ministério Público
Na avaliação da promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, Liana Antunes Vieira Tormin, algumas medidas podem ser tomadas para tornar mais eficientes o apoio às vítimas e a punição aos criminosos.
Na avaliação da promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude, Liana Antunes Vieira Tormin, algumas medidas podem ser tomadas para tornar mais eficientes o apoio às vítimas e a punição aos criminosos.
Liana menciona a criação de mais varas
e promotorias especializadas nos crimes contra crianças e adolescentes. Outro
ponto para conseguir melhores resultados, segundo a promotora, é a melhor
capacitação de todos os profissionais que atendem as crianças, seja delegado,
promotor ou juiz. Além do planejamento da ação de cada órgão, do Estado e
Municípios.
“Há muito trabalho a ser feito, mas as
punições acontecem sim. É preciso que haja paciência, pois o processo criminal
e a lei penal estabelecem um procedimento próprio que precisa ser respeitado”,
pondera a promotora.
http://g1.globo.com/goias/noticia/2011/10/casos-de-abuso-sexual-contra-criancas-aumentam-41-em-goiania.html
http://g1.globo.com/goias/noticia/2011/10/casos-de-abuso-sexual-contra-criancas-aumentam-41-em-goiania.html
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