Os termos se
confundem e os atos se entrelaçam.
Pesquisa realizada no Hospital das Clinicas
da USP mostrou que o principal combate deve ser na própria casa da criança
visto que o pai é o agressor mais comum (38%dos casos), seguido pelo padrasto
(29%), do tio (25%), e de algum primo (6%), totalizando 88% das ocorrências
dentro do ciclo de convivência da criança. Os vizinhos são 9% e os
desconhecidos são 3%. As crianças analisadas têm abaixo de 10 anos.
A pedofilia é o abuso de menores, é o incesto, é a molestação de
menores. A Pedofilia é um transtorno onde a pessoa apresenta fantasia e
excitação sexual intensa com crianças pré-púberes. O abusador deve ter no
mínimo 16 anos de idade ou ser pelo menos 5 anos mais velho que a vítima. O
abuso ocorre em todas as classes sociais, raças e níveis educacionais. A grande
maioria de abusadores é do sexo masculino, mas suspeita-se que os casos de
mulheres abusadoras sejam sub-diagnosticados.
Os comportamentos sexuais dos pedófilos variam e podem ou não
envolver o uso da força física: alguns se limitam a exposição do corpo, a
masturbação ou a despir calmamente a criança sem o contato genital; outros
podem obrigar a criança a participar do intercurso oral e/ou genital. A
pedofilia é definida como desordem psicossexual na qual a fantasia ou a própria
atividade sexual com crianças pré-púberes meio exclusivo ou preferido para a
excitação sexual e o alcance da satisfação plena na esfera sexual.
A pedofilia,
para o profissional de saúde é uma desordem mental; para o sistema judiciário é
um crime. Esta desordem mental faz o pedófilo procurar situações que facilitam
a pedofilia e se comportam acima de qualquer suspeita. Agem premeditadamente
por longo tempo até conseguir seu objetivo. Quando são presos, pelo crime, ao
se soltarem, repetem o mesmo procedimento. Não há cura para pedofilo, já que o
distúrbio está na esfera do desejo. O tratamento é à base de medicação
anti-testosterona.
Aliciamento significa atrair a si com promessas enganosas;
seduzir; subornar; induzir a atos ilícitos. Basicamente, aliciar é engambelar,
prometer presentes, dinheiro, fama, fortuna, etc, para atrair a pessoa e
induzí-la a praticar sexo. Nos casos de crianças em estado de miséria, do
aliciamento segue-se a prostituição infantil.
O estupro é a violação sexual na qual se constrange a MULHER à
conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. (Artigo 213 do Código
Penal Brasileiro). O estuprador é sempre homem e têm sentimentos odiosos em
relação às mulheres, sentimentos de inadequação e insegurança em relação a seu
desempenho sexual.
Pode apresentar desvios sexuais como o sadismo ou
anormalidades genéticas com tendências à agressividade. A vítima normalmente é
estigmatizada, havendo uma tendência social de acusá-la direta ou indiretamente
por ter provocado o estupro. Sente-se impotente até mesmo em delatar o
estuprador, que muitas vezes é alguém já conhecido, sentindo-se muito culpada e
temerosa de represálias. Muitas vezes, pode sentir que o estupro não foi um
estupro, que foi uma atitude permitida por ela e de sua responsabilidade.
No
entanto há homens estuprando homens e meninos também. Tem violador que machuca o
corpo e a alma, e ainda lucra se não em dinheiro, mas em prazer. São pessoas
nocivas a sociedade com instintos primitivos e que não evoluíram na espécie
humana e que para atingir prazer sexual deixa sua mente ser dominada apenas
pelo sexo a qualquer custo ou a qualquer preço. Mentes demoníacas,
desvinculadas de DEUS e de amor ao próximo, reféns da testosterona.
As meninas são vitimas de seus próprios pais. Mulheres adultas
são as principais vitimas de violência, do estupro doméstico, de lesões
corporais e até a morte. Meninos costumam ser violados e abusados por
superiores em agrupamentos isolados. Homens que violentam são violentados nos
presídios. O estado violentava homens e mulheres que tivessem pensamentos
políticos divergente.
É uma ‘teia “que se expande em todas as direções sem que
possamos visualizar uma solução real para o problema, embora existam ações para
combater a violência, tais como campanhas contra violência sexual, conselhos e
conferências, ambulatórios específicos para atender as vitimas da violência,
lei Maria da Penha para os que comentem violência, que mais deveria se chamar
Maria da Apanha. Tem até delegacia própria ou imprópria para as mulheres.
Tem
Dia Nacional de Luta contra a violência e exploração sexual, que deveria se
chamar Dia de Luto. Tudo para atender quem já foi violado, ferido, machucado.
Para quem já tem seu corpo e sua alma definitivamente maculados. O que é feito
com o violador, com o pedófilo ou com o estuprador? Diz-se pos todos os cantos
“não vai dá em nada”, principalmente para aquelas adolescentes recém molestadas
que esperam da justiça, a justiça.
Humilhação, medo, vergonha, sentimento de culpa, desconhecimento
e descrédito nas leis e na justiça e desconhecimento das medidas profiláticas
contribuem para dificultar a real dimensão do problema. Os dados estatísticos
escassos que encontramos não correspondem à realidade, pois muitas vítimas não
registram o ocorrido.
Tanto no Estatuto da Criança de do Adolescente como no
Código Penal a pena para os crimes de aliciamento de menores, corrupção de
menores e exposição de menores em vídeos vai de 1 a 6 anos de reclusão. Ou
seja, quase nada. Se o individuo for “protegidinho” não pegará nenhum dia. Tudo
acontece aqui, ao lado de uma impotência generalizada para cuidarmos de nossas
crianças e adolescentes.
“Que a morte de tudo em que eu
acredito não me tape os ouvidos e a boca; Porque metade de mim é o que eu GRITO,
mas a outra metade é SILÊNCIO.
E que essa tensão que me corrói por dentro, seja
um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é
vulcão”.
Oswaldo Montenegro
*Marta Angélica Lima Oliveira é médica estanciana formada pela UFS
há 30 anos. Servidora pública do município e estado nas especialidades
ginecologia, obstetrícia, ultrassonografia e citopatologia.
Marta Angélica Lima Oliveira – mart-angelica@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário